Parlamento europeu aprova regras para combate à fraude fiscal no comércio online
O Parlamento Europeu aprovou esta terça-feira, 17 de dezembro, dois relatórios com medidas para facilitar a deteção da fraude fiscal nas transações de comércio eletrónico.
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As duas propostas, avançadas pela eurodeputada portuguesa Lídia Pereira, surgem numa altura em que se estima que, por ano, se percam cerca de 5 mil milhões de euros de receita de IVA na União Europeia, o equivalente a todo o setor do comércio eletrónico em Portugal.
O primeiro documento elenca novas obrigações para os prestadores de serviços de pagamento, de forma a facilitar a deteção da fraude fiscal por parte das autoridades nacionais competentes. Exige-se que estes conservem registos das informações de pagamentos "pertinentes" – transações repetidas mais de 25 vezes ou únicas mas de valor superior a 2.500 euros. Devem manter estes registos por mais tempo para dar a oportunidade às autoridades fiscais dos Estados-membros de trocar os dados recolhidos.
Duas das novidades desta proposta são a necessidade de cooperação com a Procuradoria Europeia, "a fim de garantir ações penais eficazes contra os autores de fraudes perante os tribunais nacionais" e a extensão das regras previstas para os serviços de pagamento à tecnologia de cadeia de blocos (blockchain), incluindo as moedas virtuais.
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Já a segunda proposta apresenta um formato único para a transmissão de informações sobre pagamentos às autoridades fiscais, de forma a harmonizar e a agilizar este procedimento.
A necessidade de cooperação é salientada pelos desvios no IVA – as receitas obtidas versus as esperadas – que diferem substancialmente entre os vários países europeus. O menor desvio situa-se nos 0,7% da quantia esperada e o maior ascende aos 35,5%, pelo que a eficácia no combate à fraude fiscal vai além do comércio eletrónico. "Estes relatórios são sobre o IVA no comércio eletrónico, mas podem ser um sinal a partir deste setor para a grande reforma do IVA que ambicionamos para a Europa", explicou Lídia Pereira, relatora da comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários, na nota enviada às redações.
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