Xanana está a “tentar destruir a democracia timorense”
Xanana Gusmão "vai tentar destruir o sistema judicial, com alterações legislativas e a devolver o poder aos tribunais tradicionais", afirma em entrevista ao Diário de Notícias a magistrada do Ministério Público Glória Alves que integra o grupo de oito magistrados portugueses que foram expulsos de Timor.
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Glória Alves traça um quadro negro, não só da situação da justiça timorense, como do próprio Xanana Gusmão, de quem diz que "é uma pena que um guerrilheiro, que esteve pronto a dar a vida pelo seu povo e pela independência do seu país, esteja agora a tentar destruir esse mesmo país e a democracia" timorense.
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Para os magistrados timorenses, diz, Xanana "está desmascarado", mas para o povo isso ainda passa despercebido. "O povo continua sem acesso à maioria dos recursos básicos como água e luz".
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Glória Alves não tem dúvidas: Xanana "queria expulsar-me a mim, ao Júlio Gantes e ao Cid Geraldo. Interveio retirando-nos os vistos e depois expulsando-nos. Tivemos o mesmo tratamento que é dado aos espiões". Os processos que os magistrados tinham em mãos tinham-se tornado demasiado incómodos para o governo local.
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Os processos que com a expulsão dos juízes internacionais que os tinham em mãos terão, entretanto, de ser todos repetidos, explica Glória Alves. Mesmo o de Emília Pires, ministra das Finanças, por gestão danosa e participação económica em negócio, que era tutelado pelo juiz Júlio Gantes e que tinha julgamento marcado precisamente para o dia da expulsão dos magistrados e que acabaria por ser adiado.
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Sobre a decisão da Ministra da Justiça, de suspender a cooperação com Timor, afirma que foi a melhor, mas que foi tarde. Na sua opinião, devia ter acontecido logo que foi conhecida a resolução do Governo timorense a ordenar a expulsão e não apenas quando os tribunais locais vieram decidir que a resolução era ilegal, porque significava uma intromissão do poder político no poder judicial.
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Além da investigação à ministra das Finanças, Emília Pires, Glória Alves tutelou processos contra Lucia Lobato, ministra da Justiça, , um outro contra o presidente do Parlamento, e um processo de um secretário de Estado, "que era um homem de mão de Xanana e apanhou pena suspensa". Todos os seus processos avançaram sempre para acusações, frisa.
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