FMI melhora projeção mas reafirma que Governo falha meta para o défice deste ano
O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou ligeiramente a sua projeção para o défice orçamental português, para 4,8%, este ano – um valor que continua, ainda assim, acima da meta. Já para 2022, e ainda sem considerar as medidas do Orçamento do Estado recentemente apresentadas, prevê uma correção para um défice de 3% do PIB. Os números constam do Fiscal Monitor, um relatório publicado esta quarta-feira, no âmbito dos encontros anuais do FMI com o Banco Mundial.
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Em abril, o FMI apontava para um défice de 5% este ano. Agora, acredita que ficará ligeiramente mais baixo, mas o número continua a superar tanto as projeções iniciais do Governo português, como a mais recente estimativa apresentada pelo ministro das Finanças. No relatório do OE 2022, João Leão estima um défice de 4,3% do PIB para este ano, um ponto de partida para 2022 consideravelmente melhor do que aquele em que acredita o FMI.
Já para o próximo ano, o documento do Fundo não avalia o impacto das medidas propostas no OE 2022, uma vez que apenas considera as políticas já legisladas e no terreno. Mas permite perceber que, em políticas invariantes, o desequilíbrio das contas públicas tenderia a diminuir progressivamente. No próximo ano, sem mais medidas, o défice recuaria para 3%, cumprindo já o limite imposto pelas regras comunitárias, que ainda continuarão suspensas. Em 2023, o primeiro ano em que tais regras deverão voltar a ser ativadas, Portugal estaria com um défice de 2,2% do PIB, confortavelmente abaixo do limite.
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No final do horizonte de projeção, em 2026, o défice seria de 1,3% do PIB, sempre num cenário de políticas invariantes.
Dívida pública quase nos 115% em 2026
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As projeções do FMI para a dívida pública também são mais pessimistas do que as do Governo português. Para este ano, o Fundo indica que a dívida ficará em 130,8% do PIB, recuando para 125,7% em 2022. Já o Executivo aponta para 126,9% este ano e 122,8% no próximo.
Esta projeção refletirá, pelo menos em parte, as diferenças de expectativa em relação à evolução do défice e do PIB português. Enquanto o Governo diz que a economia vai crescer 4,8% este ano e 5,5% no próximo, o FMI aponta para 4,4% em 2021 e 5,1% em 2022.
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