General Rovisco Duarte assume falhas e responsabilidade do Exército e defende ministro
O Chefe do Estado Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, foi ouvido na comissão parlamentar de Defesa desde as 18:00 de ontem, à porta fechada, durante três horas, para prestar esclarecimento aos deputados sobre o furto de material de guerra na base de Tancos, Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém.
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Fontes presentes na reunião contactadas pela Lusa adiantaram que o general confirmou a exoneração dos cinco comandantes responsáveis por indicar, rotativamente, efectivos para a segurança das instalações e assumiu que não foi uma decisão consensual.
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Assumindo que a figura da exoneração temporária não está prevista juridicamente, o general assumiu a decisão como um acto de comando que melhor protege os comandantes e o que assegura mais transparência nas averiguações.
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Segundo as mesmas fontes, o general apontou falta de supervisão, falhas na análise de relatórios, deficiências nas rondas no perímetro dos paióis e faltas no cumprimento de directrizes, falhas que atribuiu às estruturas responsáveis por garantir a segurança dos paióis.
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Segundo vários deputados presentes na reunião, o general terá assumido a responsabilidade do Exército pelas falhas e nunca colocou a responsabilidade no plano político.
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Outro deputado disse à Lusa que Rovisco Duarte defendeu que o número de efectivos previsto no plano montado para a segurança era considerado suficiente.
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Segundo a RTP, depois da audição do comandante máximo do Exército, a Associação Nacional de Sargentos manifestou estupefacção e preocupação com as palavras do Chefe de Estado-Maior do Exército. António Lima Coelho considera que "algo não bate certo".
O Exército anunciou há uma semana que foi detectada a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', com o furto granadas, explosivos, entre outro material de guerra.
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O chefe do Estado-Maior do Exército já tinha reconhecido, em declarações à SIC, que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha "conhecimento do conteúdo dos paióis" e admitiu a possibilidade de fuga de informação.
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Além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, está decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades.
O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, vai ser ouvido sexta-feira sobre o mesmo tema, numa audição que será aberta aos jornalistas.
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