Governo vai preparar alterações ao teletrabalho no público e privado

O ministério de Alexandra Leitão anunciou que vai preparar alterações legais ao regime do teletrabalho em articulação com o ministério do Trabalho. Ana Mendes Godinho tem feito depender as alterações de um relatório que ainda pode demorar algum tempo.
Alexandra leitão Ministra da Administração pública
Bruno Colaço
Catarina Almeida Pereira 24 de Julho de 2020 às 14:06

Depois de três reuniões com os sindicatos da Função Pública, o Governo revelou que vai trabalhar numa proposta conjunta de alteração ao enquadramento legal do teletrabalho que abranja o setor público e privado.

PUB

Explica o Governo que com os encontros desta sexta-feira o secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, concluiu os trabalhos com os sindicatos "para recolher contributos sobre a eventual necessidade de robustecer o atual enquadramento do teletrabalho na administração pública".

"O Governo vai agora preparar um documento, que será articulado entre as áreas governativas da Modernização do Estado e da Administração Pública e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, tendo em conta que, apesar das especificidades de cada um, há questões inerentes ao teletrabalho que são comuns aos setores público e privado e que devem ser trabalhadas conjuntamente", acrescenta o Ministério da Administração Pública (MMEAP).

PUB

O documento não explica o que pode ser alterado ou em que data é que este trabalho conjunto avança e, questionado, o Governo ainda não esclareceu.

O que já disse o Governo?

Em junho, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, a ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, defendeu que é necessário criar mecanismos de fiscalização do cumprimento dos horários, "para um lado e para o outro, para garantir que são cumpridos e não são excedidos".

PUB

O documento que serviu de base às primeiras reuniões, admitia, por outro lado, que fossem protegidas as pessoas que tenham dependentes ou ascendentes a cargo.

A ministra do trabalho, Ana Mendes Godinho, tinha já manifestado interesse em abordar esta questão, mas tem remetido conclusões para depois da elaboração do Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, que só deverá estar concluído no final do ano.

O PS, por seu lado, optou por retirar da sua carta dos direitos digitais as matérias relativas aos direitos dos trabalhadores, incluindo o direito a desligar, sublinhando que a questão tem de ser debatida em concertação social.

PUB

É o que tem acontecido: nos últimos anos as alterações mais relevantes ao Código do Trabalho foram precedidas de um debate e de um acordo em concertação social, que por regra inclui a UGT e as associações patronais.

Pub
Pub
Pub