Barnier insiste na "responsabilidade" e avisa que crise orçamental não vai desaparecer

O primeiro-ministro francês defendeu esta quarta-feira as opções para o Orçamento do Estado para 2025, admitindo que "não é perfeito". Michel Barnier avisou os deputados que a "realidade" orçamental não vai desparecer com a queda do governo.
Sarah Meyssonnier / Reuters
Paulo Ribeiro Pinto 04 de Dezembro de 2024 às 18:35

Na mais do que provável última intervenção na Assembleia Nacional, o primeiro-ministro francês voltou esta quarta-feira a apelar à responsabilidade dos deputados face às duas moções de censura que foram apresentadas pela extrema-direita e pela esquerda, que deverá passar com os votos da bancada liderada por Marine Le Pen.

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"Estamos num momento de verdade" e de "responsabilidade", afirmou Barnier, referindo-se ao défice público em que a França se encontra e que este ano deverá superar os 6% do PIB, o dobro do permitido pelas regras europeias. "Esta é a realidade", prosseguiu o chefe do governo. "Tentei lidar com ela apresentando propostas financeiras difíceis. Teria preferido distribuir dinheiro, apesar de não o termos. Mas esta realidade permanece e não desaparecerá por magia com uma moção de censura. Esta realidade lembrará a qualquer governo a sua existência", avisou.

Recuperando uma ideia já dada nos últimos dias, Barnier afirmou que ter a "certeza, que vos digo de novo com toda a seriedade, é que esta moção de censura (...) vai tornar tudo mais grave e mais difícil."

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Antes da intervenção de Michel Barnier, foi a vez de falar o seu antecessor, Gabriel Attal do movimento de Emmanuel Macron que acusou os deputados da esquerda à direita de estarem a "cometer um erro perante a História", acrescentando que "os franceses devem estar desorientados com tudo o que se está a passar, consternados com o espetáculo dos extremos."

As moções de censura foram apresentadas pela União Nacional (UN), de Marine Le Pen e pela Nova Frente Popular, da esquerda, mas apenas esta última deverá passar com o apoio da UN. Para evitar a queda será necessário que 38 parlamentares dos blocos que apresentam moções dêem apoio ao governo, um cenário altamente improvável.

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