Varoufakis apela ao voto em Macron, "único ministro" que ajudou Grécia
O ex-ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis, uma das referências da esquerda europeia, apelou hoje ao voto nas presidenciais francesas em Emmanuel Macron, "o único ministro" europeu que ajudou a Grécia durante a crise da dívida.
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A segunda volta das presidenciais francesas, disputada entre Macron, centrista, e Marine Le Pen, da extrema-direita, realiza-se no domingo.
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Num artigo para o jornal Le Monde publicado hoje, Varoufakis dirige-se aos "eleitores progressistas franceses", afirmando compreender que "tenham todas as razões para estar irritados" contra o programa social-liberal de Macron, mas sublinhando que "recusa fazer parte de uma geração de progressistas europeus que podiam ter impedido Marine Le Pen de ganhar as presidenciais francesas e não o fizeram".
"Durante o meu mandato como ministro das Finanças da Grécia, no princípio de 2015, Emmanuel revelou um lado de si que poucos progressistas conhecem", relata Varoufakis ao diário francês.
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Nomeado ministro após a vitória do Syriza, em Janeiro de 2015, Varoufakis acabou por se demitir no verão seguinte devido a divergências com o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, sobre a estratégia para as negociações sobre a dívida grega.
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"Quando a 'troika' de credores da Grécia e o governo de Berlim estrangulavam todas as tentativas do nosso governo de esquerda recém-eleito para libertar a Grécia do espartilho da dívida, Macron foi o único ministro de Estado na Europa a fazer todos os possíveis para nos ajudar", afirmou.
Varoufakis relatou também que, no final de Junho de 2015, "quando o Eurogrupo decidiu encerrar os bancos [gregos] para castigar o governo" grego, Macron, então ministro da Economia, convenceu o presidente François Hollande a reabrir a negociação e "propôs ir incógnito a Atenas" para uma mediação.
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Essa missão foi, contudo, vetada pela presidência francesa, por influência da chanceler alemã, Angela Merkel, segundo Varoufakis.
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"Ao esmagar a primavera grega, a 'troika' não só desferiu um golpe na Grécia, como também na integridade e no espírito europeu. Emmanuel Macron foi o único que tentou opor-se a isso. Penso que é meu dever fazer com que os franceses progressistas, prestes a entrar -- ou não -- na cabine de voto da segunda volta, façam a sua escolha estando plenamente conscientes disso" escreveu.
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