Passos vai ouvir parceiros sociais antes de propor alterações ao Orçamento
"O PSD apresentará algumas propostas de natureza estrutural, nomeadamente sobre como consolidar as contas públicas, sem ser através de impostos indirectos, e como atrair mais investimento externo, e vai pedir um encontro aos parceiros sociais para os ouvir", anunciou Passos Coelho esta terça-feira, 25 de Outubro, na abertura das "Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão" organizadas pelo partido e dedicadas ao Orçamento do Estado 2017.
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Passos Coelho assumiu ter dúvidas de que a maioria parlamentar venha a acolher as propostas que o PSD vai apresentar, até porque "o ministro das Finanças já veio dizer que há pouco espaço para mexer" e o Orçamento reflecte as escolhas do PS, do PCP e do BE.
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"Não é por estarmos na oposição que desejamos que corra mal ao país, mas devemos chamar a atenção para o que corre mal e apresentar a nossa alternativa e dar o nosso contributo para que possa ficar melhor", declarou.
O líder do PSD considera que o caminho devia ser outro para aproveitar melhor condições conjunturais como o petróleo mais barato, a taxa de juro do Banco Central Europeu mais favorável e as importações mais baratas, do que no período do ajustamento em que esteve à frente do governo: crescer mais, atrair mais investimento que dinamiza o emprego e gerar confiança junto dos mercados.
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Esse outro caminho, sublinhou, passa por "ser mais prudente na restituição de rendimentos, mas sobretudo por uma estratégia para atrair mais investimento", e não "acertar a despesa pelo calendário mais interessante para o Governo e depois se verá", de forma a garantir a sobrevivência dos acordos à esquerda.
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"O Governo prefere crescer poucochinho para ir mantendo o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda", acusou, considerando o anunciado aumento das pensões "o aspecto mais chocante".
"O Estado tem pouco dinheiro e há um problema de sustentabilidade das pensões que o Governo decidiu empurrar para mais tarde, mas se falta dinheiro é preciso cuidado com os aumentos e estas actualizações vão ser pagas pelos impostos", disse, acusando o Governo de António Costa de querer "fazer um bonito" para as eleições autárquicas.
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É que só em Agosto o Governo vai ver se a actualização ficou aquém dos 10 euros, podendo haver, nesse caso um aumento extraordinário. "Porque não dá esse aumento já em Janeiro? Só em Agosto é que vai haver dinheiro? Dava menos, já a partir de Janeiro. Sabemos porquê. Quer fazer um bonito, no calendário que lhe é mais interessante", criticou.
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As jornadas do PSD dedicadas ao Orçamento do Estado prosseguem até 28 de Novembro, com mais 18 sessões, com a participação de membros da comissão política permanente do PSD, dos vice-presidentes do grupo parlamentar e dos deputados de cada distrito.
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