Novo ministro angolano admite "maior abertura à crítica" na comunicação social pública

Mário de Oliveira recordou que Angola teve, no mandato anterior, "subida significativa" no ranking da transparência na comunicação social.
Bloomberg
Lusa 19 de Setembro de 2022 às 20:25

O novo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social angolano admitiu esta segunda-feira "maior abertura à crítica" a nível dos órgãos de comunicação social, sobretudo públicos, acusados por partidos na oposição de "falta de equilíbrio e contraditório".

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Mário de Oliveira, que falava hoje após ser empossado no cargo pelo Presidente angolano, afirmou: "[a crítica] é uma atividade que não nos assusta, ele nos ajuda a melhorar e quando construtiva para o progresso é sempre uma atividade salutar".

"Mas é preciso termos em atenção que não vai ser a comunicação social que vai organizar e produzir atividades para serem difundidas, as organizações, de natureza política ou social, precisam de produzir atos que façam com que haja cobertura dos órgãos", respondeu à Lusa, quando questionado sobre alegada falta de contraditório nos órgãos públicos.

"E, então, neste sentido nós não temos qualquer questão, e dizer que a comunicação social continuará a ser uma comunicação para todos", assegurou.

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Em declarações no Palácio Presidencial, em Luanda, onde foi empossado o novo Governo (2022-2027), Mário de Oliveira recordou que Angola teve, no mandato anterior, "subida significativa" no ranking da transparência na comunicação social.

"E essa subida é consequência da abertura que foi havendo durante a legislatura anterior, que é para continuar", prometeu.

Partidos políticos na oposição e vários setores da sociedade civil criticam, de forma reiterada, a alegada postura imparcial dos órgãos de comunicação social públicos em "favorecimento" ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975).

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O aumento da cobertura dos serviços da comunicação social em todo o espaço do território angolano consta também dos propósitos de Mário de Oliveira, que no Governo cessante exerceu o cargo de secretário de Estado para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação.

"Queremos aumentar a cobertura dos serviços em todo o território nacional, que é uma atividade que já vem sendo desenvolvida no executivo anterior, queremos apostar muito seriamente na formação dos nossos quadros", apontou.

Para o subsetor das telecomunicações e tecnologias de informação, o governante angolano garantiu aposta séria visando a expansão da rede nas 18 províncias angolanas.

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"Vamos apostar muito seriamente na questão da expansão das telecomunicações em todo o país, nesse momento temos uma cobertura de telefonia móvel na ordem dos 49%, é preciso subir este patamar para níveis mais elevados", notou.

Assinalou igualmente a necessidade de investimentos na cibersegurança e proteção de dados como "itens muito importantes para a vida do país".

"Vamos apostar seriamente nas nossas condições para que as nossas redes, empresas e serviços estejam cada vez mais seguras no domínio da cibersegurança", disse Mário de Oliveira, referindo sobretudo uma aposta nos jovens "para o aumento da literacia digital para a utilização racional e conscientemente as redes sociais em benefício da sociedade".

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