Brasil anuncia novas conversações com os EUA após entrada em vigor das tarifas de 50%
O Governo do Brasil anunciou esta quarta-feira que vai manter novas conversações com a Administração dos Estados Unidos (EUA) após a entrada em vigor das tarifas de 50% imposta por Washington sobre parte das importações brasileiras.
O ministro das Finanças, Fernando Haddad, anunciou à imprensa que vai conversar na próxima quarta-feira com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o que "oficializa o interesse em dialogar".
PUB
A conversa entre Fernando Haddad e Scott Bessent vai ser virtual, mas poderá evoluir para um encontro presencial a depender do diálogo.
"Dependendo da qualidade da conversa, poderá ser desenvolvida (posteriormente) uma reunião de trabalho presencial com o objetivo de chegar a um entendimento entre os dois países", assegurou o ministro brasileiro.
Por outro lado, Fernando Haddad declarou que o pacote de medidas para apoiar as empresas afetadas estará pronto hoje e que vai ser enviado para a Casa Civil e Planalto, embora o anúncio seja feito pelo chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva.
PUB
"É um plano muito detalhado para começar a atender, sobretudo, os pequenos empresários que não têm alternativas à exportação para os EUA", disse.
Esta medida vai incluir linhas de crédito mais acessíveis e o aumento de compras do Governo para setores que serão prejudicados, confirmou o ministro.
A taxa, assinada na semana passada pelo Presidente Trump, afeta 36% das importações provenientes do Brasil e aplica-se a uma variedade de produtos que vão desde a carne bovina ao café.
PUB
Ao mesmo tempo, Trump excluiu da tarifa de 50% uma lista de quase 700 produtos que representam 45% das importações provenientes do Brasil e aos quais continuará a ser aplicada a tarifa mínima de 10% anunciada em abril para a maioria dos países.
Outros 19% das importações, como é o caso do aço e dos veículos, enfrentam tarifas setoriais.
A entrada em vigor das tarifas de 50% ocorre quando se verifica uma escalada de tensões em torno do julgamento do ex-Presidente Jair Bolsonaro por uma suposta tentativa de golpe de Estado, uma das motivações citadas pelo Presidente do EUA, Donald Trump, aliado do líder ultraconservador, para impor a tarifa.
PUB
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi sancionado pelo Governo dos EUA sob a acusação de violação dos direitos humanos, decretou na segunda-feira a prisão domiciliária de Bolsonaro, considerando que este não cumpriu as medidas cautelares previamente definidas.
A prisão domiciliária foi duramente criticada pela extrema-direita e pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-Presidente, afirmou na terça-feira que esperava novas sanções de Trump às autoridades brasileiras.
Lula da Silva e o seu Governo continuam a negociar com Washington, mas garantem que a soberania do país e a independência dos tribunais são inegociáveis.
PUB
"A nossa democracia está a ser questionada, a nossa soberania está a ser atacada, a nossa economia está a ser agredida. Este é um desafio que nos não pedimos e que não desejamos", disse o chefe de Estado brasileiro.
Saber mais sobre...
Saber mais Ministro (governo) Tarifas Prisão Estados Unidos Brasil Donald Trump Fernando Haddad Jair Bolsonaro Scott Bessent Luiz Inácio Lula da Silva Casa Civil Governo do BrasilMais lidas
O Negócios recomenda