Bruxelas decide alargar sanções a mais separatistas ucranianos
Os 28 ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) decidiram esta segunda-feira alargar a chamada lista negra, onde estão incluídos nomes de russos e ucranianos alvos de sanções europeias, que vão desde a não atribuição de vistos para viagens para o espaço europeu até ao congelamento de activos, a dirigentes separatistas pró-russos.
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Esta é, para já, a resposta europeia ao processo eleitoral que decorreu no dia 2 de Novembro nas autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk. Acto eleitoral que reforçou a liderança dos separatistas e cuja legitimidade Bruxelas e Kiev se prontificaram a não reconhecer.
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Os nomes e o número de indivíduos atingidos por esta decisão só serão conhecidos no final deste mês, sabendo-se para já que a lista negra vai abranger "separatistas" não incluídos no conjunto de 119 personalidades russas e ucranianas já penalizadas, por Bruxelas, no seguimento da anexação da península da Crimeia pela Rússia.
Esta decisão adia, pelo menos até à próxima cimeira europeia de 18 e 19 de Dezembro, qualquer adopção de penalizações suplementares contra Moscovo. Uma possibilidade recentemente colocada em cima da mesa por David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido, e pela chanceler alemã Angela Merkel.
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Porque, tal como descreve a agência Bloomberg, se países como o Reino Unido e a Polónia se destacam entre os defensores de uma linha dura de sanções que puna os mais recentes desenvolvimentos no leste da Ucrânia, com o agudizar de tensões e confrontos entre os separatistas e o exército leal a Kiev, outros como a Grécia, a Hungria ou a Eslováquia apresentam uma postura mais expectante.
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Talvez devido às posições assertivas de Varsóvia, esta segunda-feira foi noticiada a expulsão de diplomatas polacos destacados em solo russo. A justificação utilizada passou pela sugestão, indirecta, de que os representantes do Estado polaco poderiam estar a praticar acções de espionagem contra a Rússia.
Merkel teme ameaça russa e Putin contra-ataca
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A preocupação europeia face à postura do Kremlin não se circunscreve somente ao território ucraniano. Angela Merkel, sublinhava hoje, em Sidney, onde se encontra depois do término, este domingo, da cimeira do G-20 em Brisbane, na Austrália, que a ameaça russa "não é apenas na Ucrânia", mas também "na Moldávia e talvez até na Sérvia, nos Balcãs ocidentais e nos Bálticos".
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Vladimir Putin, presidente da Rússia, não tardou a responder. Depois de um fim-de-semana em que os líderes do G-20 assumiram uma postura muito dura para com o líder russo, devido aos acontecimentos no Leste da Ucrânia, numa entrevista citada pelo Guardian, Putin acusou o ocidente de estar a provocar a Rússia para um clima em tudo semelhante ao da Guerra Fria.
Primeiro referiu-se às duas expansões da NATO para a Europa Central e de Leste, o que designou de "significativa mudança de jogo geopolítico".
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De seguida recordou desenvolvimentos mais recentes. "Recentemente, foi decidido mobilizar forças especiais, novamente, para junto das nossas fronteiras", acusou Putin que num toada dissuasora assumiu as notícias que nas últimas semanas têm ocupado vários media ocidentais.
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"Mencionaram vários exercícios [russos], voos, movimento de navios e por aí fora. Está isso tudo a acontecer? Sim, na verdade está", reconheceu o presidente russo novamente citado pelo Guardian.
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