Costa: União Europeia tem futuro mesmo sem o Reino Unido
O primeiro-ministro afastou hoje, perante uma plateia de empresários e universitários indianos, um cenário de dissolução progressiva da União Europeia após a saída formal do Reino Unido, manifestando-se "confiante" na solidez da adesão da maioria dos Estados-membros.
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Numa conferência promovida pela Fundação do Observatório para a Investigação, António Costa fez um discurso inicial, de cerca de 20 minutos, sobre as potencialidades da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas, já no período de perguntas, acabou por ser confrontado com a apreensão transmitida por um investidor indiano sobre as consequências do ‘brexit’ e sobre uma eventual desagregação a prazo da União Europeia.
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O primeiro-ministro agradeceu a pergunta, começou por salientar o caráter "democrático" da decisão tomada pelos eleitores britânicos, mas, logo depois, observou que a União Europeia "já existia antes do Reino Unido".
"E vai continuar a existir depois do Reino Unido", declarou, elevando o seu tom de voz.
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António Costa procurou desdramatizar o complexo processo negocial que terá lugar após ser acionado o pedido formal do Reino Unido para sair da União Europeia, vincando então, para o efeito, que Portugal e a Inglaterra têm a aliança mais antiga do mundo.
"Queremos que essa negociação chegue a bom porto e Portugal quer o Reino Unido como um parceiro próximo da União Europeia. Penso que a vasta comunidade indiana residente no Reino Unido não deve temer pelo seu futuro", acentuou o líder do executivo português.
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Mas António Costa aproveitou também para deixar a mensagem de que Portugal está interessado em captar parte da comunidade indiana residente na Grã-Bretanha.
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"Há uma outra porta para uma presença na União Europeia. Portugal é essa porta e até tem o mesmo fuso horário, continuarão a sentir-se em casa", acrescentou.
Perante uma plateia de empresários e universitários de Deli, o primeiro-ministro apresentou Portugal como "um país com vocação universalista" e inserido numa Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) forte no plano político a nível mundial, porque "atua de forma concertada".
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"A nossa concertação tem permitido não apenas ter êxito em várias candidaturas lusófonas a organizações internacionais, mas também influenciar a agenda dessas organizações", apontou, numa alusão indireta à recente eleição de António Guterres para o cargo do secretário-geral das Nações Unidas.
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