Putin adverte para crise global do modelo social e aumento do proteccionismo
"Muitos países estão a ser testemunhas de uma crise do Estado social, o qual é incapaz de assegurar a sua própria sustentabilidade", afirmou Putin, durante o seu discurso, na abertura do Fórum de Cooperação Internacional das Novas Rotas da Seda, que decorre em Pequim.
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"O desequilíbrio do desenvolvimento económico e social, assim como a crise do antigo modelo de globalização resultaram em consequências negativas para as relações entre os Estados assim como para a segurança, pobreza e cuidados sociais", sublinhou.
O fórum sobre a iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota" – "versão simplificada de "Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda para o Século XXI" –, que decorre hoje e segunda-feira, conta com líderes de 29 países, estando Portugal representado pelo secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira.
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Numa intervenção de menos de 15 minutos, Putin sublinhou que o proteccionismo se tornou "norma", defendendo que seja combatido, deixando para trás os "estereótipos" com ideias "frescas e novas".
"Acredito que a Eurásia é capaz de elaborar uma agenda substancial e positiva", afirmou, indicando referir-se à procura de "novos agentes de crescimento".
O Presidente russo também manifestou o seu desejo de cooperar com a União Europeia e outras instituições do velho continente para reverter a tendência actual e "alcançar a construção de uma cooperação única do Atlântico até ao Pacífico".
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A União Europeia – à semelhança dos Estados Unidos – mantém sanções económicas contra a Rússia devido à sua anexação da Crimeia em 2014.
Putin assinalou ainda, diante de líderes e representantes de mais de uma centena de países, a sua intenção de construir um futuro baseado "na igualdade", com uma menção expressa ao "respeito pela soberania nacional" e aos princípios "invioláveis" das Nações Unidas.
Para o Presidente russo, existe uma "brecha colossal" em termos de desenvolvimento entre muitos países e regiões, o que facilita o avanço de fenómenos como "o terrorismo internacional, o extremismo e as migrações ilegais".
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Também falou sobre o trabalho do seu homólogo chinês, Xi Jinping, com quem mantém estreitos laços bilaterais, como impulsionar das Novas Rotas da Seda, uma iniciativa que qualificou de "promissora", com a qual instou os participantes do fórum a "voltar ao trabalho em comum".
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