Governo admite estudar até ao verão os limites dos vencimentos no topo no Estado
O Governo vai rever, ainda durante o primeiro semestre deste ano, os seis regimes atuais de limites de vencimento no topo da Administração Pública, apontando que há seis regimes que diferem entre si.
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"Não só só eu, nem é só o Governo, que entende que há salários no Estado que podem receber acima do primeiro-ministro [...]. Este semestre apresentaremos iniciativas nesse quadro sobre a coerência sobre os seis regimes atuais de limites de vencimentos na Administração Pública", disse o ministro da Presidência.
António Leitão Amaro está a ser ouvido esta quarta-feira, 22 de janeiro, no Parlamento a pedido do Bloco de Esquerda (BE), sobre a nomeação do secretário-geral do Governo e respetiva equipa. Em causa está sobretudo a alteração às regras do salário deste cargo para permitir um salário superior ao do primeiro-ministro.
O governante descreveu depois os seis regimes atuais de limites de vencimentos na Administração Pública: o dirigente máximo do setor público administrativo tem como limite o salário base do primeiro-ministro, o dirigente de topo da empresa pública tem como limite o salário total do primeiro-ministro (que é superior em 45% ao salário base); no gestor de empresas públicas em mercado concorrencial não se aplica um limite mas a média dos últimos três anos do setor; na Caixa Geral de Depósitos não há limites; nos reguladores, os limites ultrapassam o salário do primeiro-ministro e nas instituições públicas especiais - como o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde - o salário está acima do do primeiro-ministro.
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"Acho que o país deve discutir isto", afirmou Leitão Amaro.
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Salários dificultaram trabalho do Governo em encontrar secretário-geral
Confrontado pela deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua - que disse não perceber porque é que no diploma inicial não estava previsto que o secretário-geral tivesse um salário mais elevado -, o ministro da Presidência admitiu que o Governo sentiu "dificuldade na atratividade" para p cargo de secretário-geral.
"Identificámos, já depois do decreto de lei, uma 'short list' de cinco pessoas, onde estava Hélder Rosalino e a pessoa que acabou por ficar [Carlos Costa Neves]. Esses candidatos, que considerávamos ideais, ganhavam mais do que a tabela e quase todas acima do primeiro-ministro. Em três dessas cinco pessoas, este rgime seria potencialmente aplicável porque trabalham no universo público", descreveu.
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A deputada bloquista quis saber ainda porque é que o Governo quis convocar a comissão de vencimentos do Banco de Portugal.
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António Leitão Amaro frisou que os salários no regulador são pagos pelos contribuintes. "Um salário mais alto do BdP significa, no limite, menos dividendos, mais um esforço dos contribuintes", sublinhou o ministro.
Relativamente a considerar que o Banco de Portugal deveria pagar o salário de Hélder Rosalino enquanto secretário-geral do Governo, Leitão Amaro explicou a lógica por trás do executivo. "Temos aqui um quadro que sabíamos que tinha funções, no mínimo, muito menos ocupadas do que seria a ocupação na secretaria geral do governo", disse, acrescentando: seria uma "melhor utilização dos dinheiros públicos".
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