Hamon não se reuniu com PCP mas elogiou "escolha corajosa" de se aliar ao PS
Numa conferência de imprensa em Lisboa, na sede do Partido Socialista (PS), esta tarde, depois de um encontro com o secretário-geral do partido, o primeiro-ministro António Costa, e depois de na sexta-feira ter tido um encontro com dirigentes do Bloco de Esquerda, incluindo Catarina Martins, Hamon justificou a ausência de uma reunião com o PCP na sua visita a Lisboa com questões de agenda.
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"Na organização da viagem não foi previsto. Não quero pô-los de lado. Seria com grande alegria que os encontraria. Prestei muita atenção à escolha que o PCP fez, de união em vez de isolamento. Foi uma escolha corajosa. Imagino que não tenha sido fácil aliar-se ao Partido Socialista. Não foi fácil ao Bloco de Esquerda, que, ainda assim, fê-lo. A esquerda hoje não só governa como tem resultados no plano social", disse Hamon aos jornalistas.
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Questionado sobre a necessidade da reestruturação da dívida, Hamon defendeu que "o grande tabu da discussão europeia é a dívida" e que, "mais cedo ou mais tarde", a questão vai colocar-se "em todos os países mais endividados".
Particularizando apenas o caso grego, a título de exemplo, Hamon preferiu centrar o discurso numa visão de conjunto da Europa, referindo que acredita que, mesmo a Alemanha, que agora "não quer discutir o assunto por razões de política interna", tem esta questão "amadurecida".
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"Penso que mesmo na Alemanha hoje a questão está amadurecida, e vêem que os esforços pedidos a alguns povos do sul da Europa podem conduzir à desestabilização da Europa e colocar em perigo o projecto europeu se, por exemplo, Marine Le Pen chegar ao poder, ou a extrema-direita", disse o candidato socialista à presidência de França.
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O crescimento da extrema-direita em vários países europeus, que Hamon diz que "deve conduzir a uma mudança de política" na Europa, foi um dos temas que marcou a conversa com António Costa, que versou ainda sobre as medidas de governação que permitiram ao Governo "recuperar uma situação social difícil" e "uma paz social satisfatória" num modelo que veio a Lisboa estudar e que tentou pronunciar sem erros na conferência de imprensa: "geringonça".
Hamon, que já tinha dito no final do encontro de sexta-feira com o Bloco de Esquerda que gostava de ver a França governada pela esquerda, à semelhança do que acontece em Portugal, enalteceu os "equilíbrios que hoje funcionam bem e com grande satisfação dos portugueses" saídos da ‘brinquebalante’ (Geringonça) portuguesa.
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"Estou muito contente com a qualidade da conversa que tivemos, com o apoio de António Costa. Ele disse que precisamos da esquerda em França e da esquerda na Alemanha. Penso como ele", disse Hamon.
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O candidato socialista francês ao Eliseu deixou elogios a António Costa, que não compareceu ao seu lado na conferência de imprensa na sede do PS. "Foi um primeiro encontro extremamente útil e importante com um dos grandes dirigentes da esquerda europeia de hoje. Não são muitos os países dirigidos por homens e mulheres de esquerda. Aqui não só [o Governo] é dirigido por um homem de esquerda, como é apoiado por uma larga maioria de esquerda", afirmou.
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