Seguro acusa Passos de se esconder atrás das palavras
António José Seguro falava aos jornalistas após ter estado presente num almoço da comissão de honra da candidatura do socialista Marcos Sá à presidência da Câmara de Oeiras, horas depois de o porta-voz do PSD, Marco António Costa, ter afirmado que o Governo não tem qualquer medida na manga para apenas apresentar após as eleições autárquicas.
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No entanto, o líder do PS insistiu na sua suspeita de que o executivo adiou o anúncio de mais medidas de austeridade para o período pós-eleitoral, e alegou que "os portugueses já estão habituados que o primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] e o PSD digam uma antes de eleições e façam outra após as eleições".
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"Há dois anos o primeiro-ministro também disse que não iria despedir funcionários públicos, que não iria cortar salários, que não retiraria os 13.o e 14.o meses aos funcionários públicos e depois fez exactamente o contrário. Os portugueses já estão habituados sobre o que valem as palavras do PSD e do Governo em vésperas de eleições", advogou Seguro.
Neste contexto, o secretário-geral do PS comentou também a declaração de Pedro Passos Coelho em que rejeitou em absoluto estar a colocar em curso uma política de empobrecimento do país.
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"É preciso que o primeiro-ministro deixe de simular e de se esconder atrás das palavras. [Pedro Passos Coelho] chama aos despedimentos requalificação, aos cortes chama reforma do Estado e ao empobrecimento do país chama ajustamento. As pessoas sabem que infelizmente não é assim", apontou o secretário-geral do PS, numa iniciativa em que estiveram presentes o presidente honorário do seu partido, Almeida Santos, o mandatário da comissão de honra da candidatura do PS/Oeiras, o economista João Ferreira do Amaral, e o ex-líder da UGT (candidato a presidente da Assembleia Municipal) João Proença.
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Nas suas declarações, o secretário-geral do PS invocou a situação de dificuldade de muitos professores, empresários, idosos e reformados.
"A questão é muito simples: É preciso parar com esta política que conduz ao empobrecimento, que não resolve nenhum problema, que não cumpre nenhuma meta orçamental, enquanto a dívida já ultrapassa os 130 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). O PS é defensor do equilíbrio das contas públicas, mas que tem de ser alcançado com os portugueses e não contra os portugueses", disse.
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Na perspetiva de António José Seguro, o ajustamento de fala o primeiro-ministro "não tem em conta as consequências sociais e económicas no país - e nós não podemos suspender os portugueses".
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"Ou saímos desta crise todos juntos e com todos os portugueses, ou então é um péssimo trabalho que está a ser feito", acrescentou.
Interrogado sobre a ausência de uma decisão do Tribunal Constitucional aos casos de candidatos que voltam a concorrer após terem assumido funções de presidentes de Câmara em outro município ao longo de três mandatos consecutivos, António José Seguro recusou-se a fazer qualquer comentário.
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"Não faço pressões sobre o Tribunal Constitucional", alegou.
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Em Oeiras, no almoço da candidatura do socialista Marcos Sá à presidência da Câmara de Oeiras estiveram também presentes o reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da Nóvoa, o ex-ministro da Administração Interna Rui Pereira e o antigo árbitro de futebol Jorge Coroado.
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