Bastonário da Ordem dos Médicos admite apoiar profissionais que adiram a uma greve
"Se houver uma greve dos médicos [esse apoio] depende daquilo que forem as reivindicações dos médicos. Os médicos têm muitos motivos para poderem aderir a uma greve que seja convocada pelos sindicatos. Se a Ordem dos Médicos concordar com as reivindicações obviamente que apoiará os médicos que decidirem aderir a grave", disse o bastonário esta segunda-feira, após ter sido recebido em Belém pelo Presidente da República.
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Quanto à greve dos enfermeiros o bastonário disse que não comentava, ainda que reconhecendo "que existem algumas razões a todos os profissionais da saúde, neste momento, para estarem descontentes com o sistema".
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Os enfermeiros estão a cumprir hoje o primeiro de cinco dias de greve, uma iniciativa com a qual a Ordem se mostrou solidária, embora frisando que não faz actividade sindical. Ainda assim a posição da bastonária, Ana Rita Cavaco, tem sido alvo de críticas.
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Questionado pelos jornalistas, Miguel Guimarães começou por lembrar que as ordens profissionais não podem ter funções sindicais, mas que uma greve convocada por sindicatos pode ter o apoio de outras estruturas associativas, incluindo a Ordem, sem que isso significa que esteja a exercer uma função sindical.
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"Quando tem médicos que estão a lutar por um determinado objectivo, digno, uma reivindicação justa, da mais inteira justiça, não tem mal nenhum que uma ordem profissional apoie, não activamente, mas que dê o seu apoio às suas reivindicações", afirmou.
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O bastonário, que estava acompanhado pelos presidentes dos conselhos regionais do Norte do Centro e do Sul, (António Araújo, Carlos Cortes e Alexandre Valentim Lourenço, respectivamente), foi "chamado" a Belém para falar ao Presidente dos problemas do sector, tendo da conversa saído a conclusão "que há que investir mais na saúde", para que o país recupere algumas perdas, sobretudo nos últimos quatro anos, disse Miguel Guimarães no final do encontro.
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É preciso, afirmou, "olhar de forma diferente para Saúde" e apostar num Serviço Nacional de Saúde "verdadeiramente sustentável, fazendo reformas para dar uma resposta mais eficaz, global e precisa ao que são os problemas dos portugueses".
É a altura de se investir no sector em termos de Orçamento do Estado, disse o bastonário, acrescentando: porque o "investimento na saúde é uma questão ética e moral, que visa também combater as desigualdades sociais em saúde e que estão a criar um fosso muito grande entre os que têm algum poder económico e os que não tem".
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Miguel Guimarães lembrou depois que há famílias a gastar 38% do orçamento em Saúde, e disse que o Serviço Nacional de Saúde hoje chega apenas a 60% daquilo que é a saúde dos portugueses.
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