Vieira da Silva já admite um período transitório para mudanças nas pensões

As pessoas “não verão goradas as suas expectativas”, garantiu o ministro, depois das críticas.
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Foto: Lusa Vieira silva orçamento Cláudia Joaquim
Catarina Almeida Pereira 18 de Outubro de 2018 às 22:49

Vieira da Silva admite aprovar um período transitório que na prática permita que as pessoas não deixem de se poder reformar de um momento para o outro. Mas em declarações à SIC Notícias, esta quinta-feira à noite, o ministro da Segurança Social não esclareceu até quando dura esse período.

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"Não acredito em transições abruptas", afirmou o ministro. Sempre que há mudanças no Ministério da Segurança Social, "tento que haja um processo de transição que não vá contra as expectativas das pessoas", acrescentou. "E assim acontecerá desta vez: as pessoas não verão goradas as suas expectativas", garantiu.

Na quarta-feira, Vieira da Silva assumiu que o Governo quer travar o acesso à pensão antecipada das pessoas que aos 60 anos não tenham 40 anos de carreira completa, o que deixa de fora grande parte das pessoas que hoje se podem reformar.

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O ministro admitiu que as pessoas que só completam, por exemplo, 40 anos de carreira quando têm 61 de idade – e que nos termos que anunciou esta quarta-feira deixariam de se poder reformar antecipadamente daqui a um ano – se possam reformar com penalização do factor de sustentabilidade.

Só que o ministro não explicou até quando durará este período transitório, nem se irá além de Outubro, como já estava implícito na proposta original

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Os documentos discutidos em concertação social e as explicações que o ministro deu aos jornalistas na quarta-feira não contemplam o tal período transitório, se este se prolongar além de Outubro de 2019.

Ao que o Negócios apurou junto de fonte do Governo, este período poderá ir até Outubro (tal como já admitia o ministro na quarta-feira) ou além deste período (o que seria uma novidade). Ainda não estará decidido.

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PS já admite travar medida

As declarações do ministro da Segurança Social surgiram no final de um dia marcado por reacções negativas à sua proposta original. Até o PS admitiu corrigir a medida para garantir que o sistema se torne "melhor e não pior".

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Carlos César, presidente do PS, admitiu alterar as normas da proposta de orçamento, que autorizam o Governo a aprovar um novo regime de acesso à pensão antecipada (que não terá necessariamente de contemplar apenas a redução dos cortes). "Se se revelar que essa clarificação é necessária para os objectivos do Governo que é o de melhorar a acessibilidade à reforma antecipada e de eliminar as penalizações é isso mesmo que faremos".

Com isto, e já depois das declarações de protesto do PCP, o Bloco de Esquerda concluiu, através do deputado José Soeiro, que a medida anunciada na quarta-feira por Vieira da Silva não tem condições para ser aprovada.

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"Pelas declarações de hoje dos três partidos que negoceiam o Orçamento do Estado, parece-me que fica claro que o Governo não tem o apoio nem do Bloco, nem do PCP, nem do PS" para avançar com a medida, afirmou o deputado José Soeiro, em declarações à agência Lusa.

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