Entrada da Galp na Fenosa faz sentido
A possibilidade de a Galp Energia comprar a posição do Santander na Unión Fenosa faz sentido do ponto de vista ibérico, segundo os analistas do BPI, que destacam o interesse de saber qual a posição da EDP neste cenário. A Espírito Santo Research tem a mesma opinião mas alerta para os potenciais problemas de concorrência desta operação.
O Jornal de Negócios noticiou hoje que o ministro da Economia, Manuel Pinho, defende a compra da participação do de 22% do Santander na Unión Fenosa pela Galp Energia. Adianta que já existiam contactos com o banco espanhol para o negócio, mas a sua realização poderá ser acelerada pela OPA da Gas Natural sobre a Endesa.
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No «Iberian daily» de hoje, os analistas do BPI consideram que este movimento «pode fazer sentido numa base ibérica, tendo em conta o recente anúncio da OPA da Gás Natural sobre a Endesa».
A «questão chave será saber se os accionistas minoritários na Unión Fenosa podem tirar partido do hipotético preço a pagar ao Santander», dizem.
Segundo o Jornal de Negócios, o Santander pede 2 mil milhões de euros por esta posição de 22% no capital da Fenosa, que no mercado está avaliada em 1,5 mil milhões de euros. O banco espanhol quer um prémio na venda desta posição, por esta ser de controlo.
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A Unión Fenosa, terceira maior eléctrica espanhola, tem sido apontada, há vários anos, como um potencial alvo da EDP em Espanha, um cenário que perdeu alguma força quando a eléctrica de João Talone reforçou a posição na Hidrocantábrico para quase 100%.
Negócio dificilmente será aprovado pela Comissão Europeia
A ENI tem um importante papel neste negócio, pois é accionista de referência da Galp Energia e controla 50% do capital da empresa de gás da Fenosa.
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«Apesar de consideramos que este negócio faz sentido do ponto de vista estratégico para a Galp, Fenosa e ENI, lembramos que será preciso uma autorização das autoridades da concorrência da União Europeia», diz o analista Fernando Garcia, da Espírito Santo Research.
A mesma fonte afirma que «dadas as perspectivas de um aumento nos níveis de concentração no mercado energético ibérico dado do negócio entre a Gás Natural e a Endesa, acreditamos que o negócio Galp/ENI/Fenosa dificilmente será aprovado pela União Europeia».
A Comissão Europeia chumbou a aquisição da Gás de Portugal pela EDP, mas não será chamada a pronunciar-se na fusão Gás Natural/Endesa, pois ambas as empresas tem mais de dois terços da sua actividade no mesmo país (Espanha). O negócio EDP/EGDP necessitou do aval de Bruxelas devido ao envolvimento da ENI, que controla 33,33% da Galp.
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Papel da EDP
«Também interessante será analisar a posição da EDP neste cenário e até que ponto poderá acontecer uma aproximação Galp/EDP, com vista a criar o terceiro maior operador ibérico no sector da energia», referem os analistas Enrique Manrique e Laura Alonso, do BPI.
Ontem o BPI afirmava que com a fusão da Gas Natural com a Endesa no horizonte, a EDP poderia voltar a tentar comprar a GDP à Galp Energia, um negócio que foi vetado por Bruxelas e que é semelhante ao agora previsto em Espanha.
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O banco de investimento alerta ainda para a importância da Iberdrola, que segundo a imprensa quer aumentar a sua posição na Galp Energia.
A Iberdrola está interessada em tomar uma posição estratégia na Galp Energia e entrar no concurso para a atribuição de potência eólica em consórcio com a Energias de Portugal (EDP), noticiou hoje o «Público».
Já no que diz respeito à aquisição da EDP dos activos da Endesa no sector do gás em Portugal, o BPI comenta que esta é uma com um impacto «neutral a positivo», mas negligenciável do ponto de vista económico.
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A Endesa vai deixar de estar presente no mercado de gás natural em Portugal, onde detém participações nas distribuidoras Portgás (12,4%) e Setgás (9,7%). No dia em que a Gas Natural lançou uma OPA hostil sobre a Endesa, a EDP chegava a acordo com a Endesa Gas para a compra da sua participação nas distribuidoras de gás natural em Portugal.
A EDP seguia inalterada nos 2,32 euros.
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