Ex-gigante do calçado Rohde vendida por 1,5 milhões de euros
Fechado desde Maio de 2010, o gigantesco imóvel que albergou a Rohde, antiga maior empregadora nacional do sector do calçado, começou por ser colocado à venda por 6,9 milhões de euros. Sem nunca captar interessados para o complexo fabril, os 984 ex-operários, únicos credores da empresa, foram cortando o preço de venda ao longo dos últimos quatro anos. Sem sucesso.
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Até que, recentemente, no âmbito da venda por negociação particular, a administradora de insolvência da Rohde recebeu duas propostas de compra do imóvel constituído por 10 pavilhões, um edifício com cave e rés-do-chão para dormitório e logradouro, num total de 28 mil metros quadrados de área coberta para 52,3 mil metros quadrados de área descoberta.
A proposta mais alta foi firmada pelo Grupotagar, com sede em Arrifana e que actua no mercado de aluguer de auto-gruas, que ofereceu 1,518 milhões de euros.
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Como tinha dois interessados na antiga Rohde, a gestora judicial decidiu alargar o prazo para a apresentação de novas propostas, fixando como valor mínimo o preço avançado pelo Grupotagar.
"O prazo terminou esta tarde [11 de Fevereiro], tendo sido apresentada apenas uma proposta, da sociedade Imogt, do Grupotagar, no valor de 1,52 milhões de euros", revelou ao Negócios a administradora de insolvência, Maria da Conceição Ferreira dos Santos.
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Dois dos três elementos da comissão de credores, constituída apenas por ex-operários, já deram o seu aval à venda do imóvel ao Grupotagar, pelo que, se não houver qualquer imprevisto, a operação deverá ser homologada pelo tribunal.
Contas feitas, a liquidação dos activos da Rohde deverá render 3,5 milhões de euros, valor que resulta da soma da venda do imóvel e dos "cerca de dois milhões de euros" - de acordo com a gestora judicial - apurados com a alienação de terrenos, apartamentos e bens móveis da empresa. Um montante que representa apenas um quarto dos 14 milhões de euros fixados em direitos dos trabalhadores.
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Em Portugal desde 1975, a Rohde chegou a empregar cerca de três mil pessoas nas suas fábricas de Santa Maria da Feira e Pinhel (encerrada em 2006).
A unidade da Feira acumulou prejuízos de 22 milhões de euros entre 2006 e 2008, ano em que facturou 11,3 milhões de euros e teve prejuízos de 9,9 milhões de euros.
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A "casa-mãe" entrou em insolvência em 2007 e os novos donos não exerceram o direito de opção de compra da fábrica portuguesa.
Após sucessivos "lay-offs", a Rohde de Santa Maria da Feira foi declarada insolvente em Setembro de 2009. O último plano de viabilidade da empresa, que passaria pela salvação de pouco mais de uma centena de postos de trabalho, foi rejeitado pelos 984 trabalhadores, únicos credores da Rohde, que fechou as portas em Maio de 2010.
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