Mário Ferreira: “Tinha até uma grande admiração” por Ana Gomes
"A dra. Ana Gomes tem um papel importante na sociedade portuguesa, tinha até uma grande admiração pelo seu trabalho, mas não pode fazer acusações falsas a torto e a direito, sem fundamentos", considera Mário Ferreira, através de SMS enviado ao Negócios.
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"Ela terá que se retractar neste caso, pois a compra [do ´ferryboat’ Atlântida] que fiz e posterior venda decorreu dentro da maior legalidade", garante o empresário, alegando até que "a compra em concurso público foi, como a dra. Ana Gomes sabe, auditada por um membro do Ministério Público, e decorreu com a maior transparência", afiança.
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Quanto "à mais-valia" choruda conseguida com a venda do Atlântida a uma empresa norueguesa, Mário Ferreira diz que tal "deve-se ao conhecimento dos mercados internacionais e ao investimento realizado por nós de milhões [de euros] na mesma embarcação após a sua compra".
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Hoje, 12 de Junho, o presidente do Parlamento Europeu (PE) anunciou, em plenário, que foi solicitado, por um conjunto de empresas do grupo Douro Azul, o levantamento da imunidade parlamentar da eurodeputada Ana Gomes, tendo reenviado o pedido para análise e recomendação à Comissão de Assuntos jurídicos do PE.
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O levantamento da imunidade parlamentar visa permitir que a eurodeputada seja interrogada, como arguida, por alegados crimes de "ofensa a organismo, serviço ou pessoa colectiva e de "publicidade e calúnia", tendo como fundamentos as declarações da eurodeputada ao DN sobre a subconcessão da empresa ENVC e a venda do Atlântida.
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Foi a 29 de Abril do ano passado que, em declarações àquele jornal, a eurodeputada Ana Gomes (PS) manifestava-se satisfeita com as buscas que a PJ estava a realizar nesse dia no Ministério da Defesa e noutros locais do país, relacionadas com a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) a uma empresa do grupo Martifer, tendo classificado o processo de venda do "ferryboat" Atlântida pela empresa estatal ao empresário Mário Ferreira como "corrupção".
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"É um sinal de que algo está a mexer num caso flagrante de corrupção", envolvendo a venda "a patacos" do "ferryboat" Atlântida ao grupo Douro Azul, o qual "tem muito que contar" às autoridades, sublinhou então Ana Gomes ao DN, insistindo em afirmar que a venda do Atlântida era "um negócio que tresandava a corrupção".
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Mário Ferreira acusa a eurodeputada de fazer "insinuações e acusações graves, visando atingir a credibilidade e prestígio das queixosas" e de "insinuar uma qualquer relação entre a subconcessão dos terrenos e infra-estruturas dos ENVC com a venda do navio ‘Atlântida’ ao grupo Douro Azul, sabendo que não correspondia à verdade". Acusa ainda Ana Gomes de "imputar às queixosas a prática de corrupção a respeito da venda a patacos do ‘ferryboat’ "Atlântida".
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A venda do Atlântida foi inicialmente adjudicada a uma empresa grega, a Thesarco Shipping, que tinha oferecido 13 milhões de euros mas nunca apareceu para pagar o navio. A administração à época dos ENVC entregou então o navio ao segundo concorrente, a Douro Azul, por um preço substancialmente mais baixo - 8,75 milhões de euros.
Oito meses depois, Mário Ferreira revendeu o Atlântida a uma empresa norueguesa por 17 milhões de euros.
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Conforme o comunicado do PE dá conta, o empresário foi recentemente referenciado numa investigação do jornal "Expresso" denominada "Malta Files" como tendo utilizado uma sociedade criada em Malta como veículo para a venda do navio Atlântida.
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"A venda do ‘Atlântida’ está desde o ano passado a ser investigada pelo Ministério Público, por suspeitas de manipulação de concurso público, devido ao diferencial entre o valor (8,7 milhões) a que o empresário português adquiriu o navios aos ENVC, então uma empresa do Estado, e o encaixe que conseguiu na revenda à Noruega (17 milhões), revela o Expresso na sua edição de 20 de Maio passado.
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