Tribunal espanhol substitui juiz de Emílio Botín

Um tribunal espanhol decidiu substituir o juiz que ia dirigir amanhã o julgamento de Emílio Botín, depois de uma das partes ter alegado que o magistrado era parcial em favor do presidente do Santander Central Hispano na condução do processo.
Ricardo Domingos 25 de Janeiro de 2005 às 10:49

Um tribunal espanhol decidiu substituir o juiz que ia dirigir amanhã o julgamento de Emílio Botín, depois de uma das partes ter alegado que o magistrado era parcial em favor do presidente do Santander Central Hispano na condução do processo.

O tribunal aceitou «parcialmente» as alegações de que o juiz Javier Gomez-Bermudez tinha uma «animosidade óbvia» em relação ao acusador Rafael Perez Escolar, segundo uma declaração proferida por um painel de juízes.

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Botín, de 70 anos, vai ser julgado amanhã sob a acusação de má gestão de fundos no valor 164 milhões de euros relativos a reformas e bónus concedidos ao antigo co-presidente do maior banco ibérico, José María Amusategui, e ao antigo presidente executivo do banco, Angel Corcostegui.

Amusategui e Corcostegui são também arguidos no mesmo processo que Botín. O julgamento realiza-se manhã, mas fonte do tribunal, contactada pela Bloomberg, não avançou qual o juiz que irá substituir Gomez-Bermudez.

Perez Escolar disse que um dos conflitos de interesse do juiz em causa foi o facto de Gomez-Bermudez ter já conduzido um julgamento cuja sentença ditou a sua prisão, no final dos anos 90, a par com outros banqueiros, num caso relacionado com o quase colapso financeiro do Banco Español de Crédito (Banesto), do qual era vice-presidente.

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O banco liderado por Emílio Botín comprou o Banesto nos anos 1990 sem que o julgamento de Perez Escolar e outros colegas tivesse sido interrompido.

O caso Banesto, como ficou conhecido, foi movido por responsáveis do Banco de Espanha após a autoridade de supervisão do sector ter colocado alguns dos seus responsáveis na condução dos destinos do banco.

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