Haitong: Foi Ricciardi que se demitiu para desenvolver actividades de "índole diferente"

José Maria Ricciardi tinha como foco acelerar a integração do ex-BESI no Haitong. Esse trabalho foi fechado e o membro da família Espírito Santo demitiu-se, indo agora desenvolver "actividades profissionais de índole diferente das actuais".
Ricciardi
Miguel Baltazar
Diogo Cavaleiro 12 de Dezembro de 2016 às 18:46

José Maria Ricciardi saiu do Haitong por decisão própria. Essa é a indicação que consta de um comunicado divulgado esta segunda-feira, 12 de Novembro, três dias depois da notícia da demissão.

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"Considerando que o principal objectivo que José Maria Ricciardi vinha prosseguindo no banco já foi alcançado, este solicitou ao CEO Qu Qiuping que aceitasse a sua demissão enquanto membro do conselho de administração e CEO do Haitong Bank, tendo-o informado, ainda, que desenvolverá actividades profissionais de índole diferente das actuais", assinala o comunicado enviado às redacções.

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O principal objectivo que o Haitong defende estar concluído é a concretização da aquisição (do ex-BES Investimento por parte do grupo de Hong Kong) e a integração do banco no grupo. A aquisição foi anunciada em Dezembro do ano passado e concluída em Setembro de 2015, envolvendo 379 milhões de euros.

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O CEO do Haitong "informou compreender e aceitar o pedido" de Ricciardi, que permaneceu no BESI mesmo depois do fim do BES. "Reitera, ainda, [o CEO] que o Grupo Haitong está particularmente satisfeito e agradece o trabalho feito pelo CEO José Maria Ricciardi na integração do banco no grupo, isto é, desde que se tornou quadro do Grupo Haitong". 

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Foi a 8 de Dezembro, feriado, que Ricciardi e o CEO do grupo chinês, Qu Qiuping, se "reuniram de modo a proceder ao balanço de um ano de integração do banco no grupo". Um dia depois, foi noticiada a saída, que o banco confirmou. Mas sem, aí, indicar nem o motivo nem quem havia pedido a demissão. "Informa-se que o Dr. José Maria Ricciardi cessou hoje as suas funções como membro do conselho de administração e presidente da comissão executiva do Haitong Bank, S.A".

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Apesar da saída, o banqueiro português "aceitou continuar no futuro a sua cooperação com o Grupo Haitong".

 

Neste momento, ainda não há novidades sobre o substituto: "a continuidade da gestão do banco será assegurada pela actual comissão executiva do conselho de administração, sob a responsabilidade do chairman Hiroki Miyazato, até à nomeação formal de um novo Líder Executivo prevista para 16/12". 

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Ricciardi ficara no BESI, e depois no Haitong, depois da guerra que teve com Ricardo Salgado no BES. No final de 2013, tentou substituir o primo na liderança do grupo mas acabou por não ter o apoio dos restantes ramos da família Espírito Santo. A saída ocorre depois de ter tentado mediar a venda do Novo Banco ao grupo chinês Minsheng Financial, que está ainda entre os finalistas pela instituição financeira. 

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