Lesados do BES retomam protestos com concentração e "périplo" em Lisboa
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) do BES adiantou que o início da concentração está marcado para as 11:30, em frente à sede do Novo Banco, seguindo-se um "périplo por Lisboa para bater à porta" dos bancos dados como potenciais futuros compradores do Novo Banco, "nomeadamente o Banco Popular, o La Caixa, o BBVA [Banco Bilbao Vizcaya Argentaria] e o Santander".
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Segundo salientou Ricardo Ângelo, este será "um ensaio de como serão os protestos caso os bancos espanhóis comprem o Novo Banco e o problema [dos lesados] não esteja resolvido": "Para nós é totalmente indiferente quem fica com o Novo Banco, queremos é que entendam que é impossível terem sucesso em Portugal sem o nosso problema resolvido, porque as pessoas não se resignam e vão transformar qualquer banco popular num banco impopular", afirmou.
"O fundamental - sustentou - é transmitir que ao comprarem o Novo Banco vão comprar um problema, que é o das manifestações à porta e da falta de credibilidade. Independentemente de quem comprar o Novo Banco, vai ter-nos sempre à porta".
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Apesar de se afirmar decidida, até à resolução da questão, a continuar a organizar "quinzenalmente" protestos junto das agências do Novo Banco e dos grupos espanhóis apontados como potenciais compradores do banco por todo o país, a AIEPC considera existirem "fortes indicadores de que haverá, finalmente, uma solução viável e justa para os lesados do papel comercial".
"Acreditamos que estamos no bom caminho e que a solução passa por uma intermediação satisfatória por parte do Governo tentando criar um consenso entre reguladores, e, principalmente, tentando que o Banco de Portugal [BdP] ceda um bocadinho e ache importante resolver este problema, que não é um problema de investidores, mas de pessoas não qualificadas que foram enganadas por uma burla por parte do BES, com alguma desregulação por parte do BdP", afirmou Ricardo Ângelo.
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Embora defendendo a necessidade de "sossego e paz social e financeira" em Portugal, o presidente da associação garante: "Estamos fartos de ser ludibriados já desde o governo anterior, por isso não vamos cair na tentação de acreditar e sossegar. Os protestos são para continuar até os papéis estarem totalmente assinados e a solução estar totalmente vinculada".
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