Ricardo Salgado em Maio: "Não tenho nenhuma investigação. Nenhuma. Fico banzo"

Há riscos de ter de deixar o mandato pelos processos em que está envolvido e em que está envolvido o grupo?

Eu não tenho nenhum processo. Vejo sistematicamente…

 

Processos de investigação?

Não tenho nenhuma investigação. Nenhuma. Fico banzo.

 

E os problemas detectados na ESI, no Luxemburgo, não podem ter impacto na sua saída?

Não posso fazer especulações sobre isso, porque não sei de nada, nem há nenhum processo de investigação, nem coisa alguma. Fui acusado de muitas coisas, mas nunca fui verdadeiramente acusado de nada. E sobre a parte fiscal já dei todas as explicações possíveis e imaginárias. Mas não querem saber. Sistematicamente vêm com a mesma lenga-lenga. Não posso esconder que é uma coisa terrível sentir que há uma espécie de operação cirúrgica para denegrir o meu nome há dois anos ou há um ano e meio a esta parte.

 

A quem atribui responsabilidades?

Eu não vou atribuir a ninguém, mas há certamente pessoas que estão interessadas nisso.

 

Quem é que ganha com isso?

Porque eu não fui acusado de nada, não sou arguido de nada. Já prestei todas as declarações às autoridades, quando foi caso disso, e sistematicamente continuo a ouvir histórias dessas para a imprensa.

 

Publicamente, já deu esclarecimentos sobre a sua situação fiscal, mas há a questão da alegada comissão de 8,5 milhões de euros que lhe terá sido paga.

Não vou… Eu já… Não foi comissão nenhuma. Isso não tem nada a ver…

 

Não quer dar explicações sobre isso?

Eu não fui acusado de nada, não sou arguido de nada. Já prestei todas as declarações às autoridades, quando foi caso disso, e sistematicamente continuo a ouvir histórias dessas para a imprensa.

Não quero dar explicação alguma porque não foi nenhuma comissão. Isso é mentira. Eu dei todos os esclarecimentos na altura, não vou dar mais a ninguém.

 

Já fez mais do que até aqui, ao desmentir que foi uma comissão.

Eu sempre desmenti que fosse uma comissão.

 

Então o que foi?

Na altura eu expliquei, não vou voltar a esse assunto.

 

Explicou no conselho superior da família?

Expliquei a toda a gente. Só que há pessoas que não gostam de ouvir.

 

E não quer explicar aos investidores do banco, à opinião pública?

Mas eu não tenho nada para justificar, aquilo não foi absolutamente nada disso.

 

Leia aqui toda a entrevista publicada em Maio de 2014