Endesa assume que central do Pêgo está "fora de jogo" em 2021 e passa a bola ao Governo
O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, considera que o cenário mais provável para a central a carvão no Pego é que feche portas em 2021, quando terminam os Contratos de Aquisição de Energia (CAE) com o Estado.
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Questionado pelos deputados socialistas acerca da possível cessação da atividade da central da Endesa no Pego, o presidente da empresa concedeu: "Se o Governo decidir pelo encerramento, assim será", declarou, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Electricidade, na audição para a qual foi convocado.
Da sua parte, diz não ter "esperança" em termos do "prolongamento estrutural da vida da central". Isto porque, tendo em conta "tudo o que são os compromissos europeus e nacionais em termos da descarbonização, a central fica fora de jogo".
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"Não auguro, nesta tecnologia (de produção de carvão), grande futuro à central", pois "mais tarde ou mais cedo o carvão sai do sistema". Ribeiro da Silva diz que, a três anos do fim dos contratos, estão "a imaginar todos os cenários", mas a única possibilidade que avança é a de poder aproveitar aquele espaço para alguma geração renovável.
A partir de agora, "terá de existir um aprofundamento de cenários e conversas com o Governo". Para além do valor económico e do impacto na região onde se encontra instalada a central, o presidente da Endesa relembra que "até ontem, 86% da produção a nível ibérico era assegurada pelas centrais a carvão" e que algumas já começaram a ser desativadas, pelo que o sistema sentirá o impacto do abandono desta tecnologia. Nos 28 anos de concessão, a central esteve ativa 75% do tempo.
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Por fim, lamenta o final da atividade da central, assegurando que "está um brinquinho, muito bem mantida" e que, mesmo do ponto de vista ambiental, está a operar com um impacto abaixo dos limites definidos pela Comissão Europeia.
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