Chinesa Alibaba lança ofertas de 5,9 mil milhões de euros para estimular consumo

Medida deverá ser aplicada nos próximos 12 meses junto de consumidores (através de descontos na plataforma Taobao, por exemplo) e de comerciantes
A Alibaba foi fundada por Jack Ma.
AP
Lusa 02 de Julho de 2025 às 10:08

A plataforma de comércio eletrónico da tecnológica chinesa Alibaba anunciou nesta quarta-feira que vai disponibilizar 50 mil milhões de yuan (5,92 mil milhões de euros ao câmbio atual) em ofertas para determinados produtos, numa tentativa de estimular o consumo interno.

O Taobao, plataforma lançada pela Alibaba em 2003 e líder do comércio eletrónico na China, indicou, num comunicado divulgado através da rede social WeChat, que os 50 mil milhões de yuan serão atribuídos "diretamente a consumidores e comerciantes", ao longo de um período de 12 meses, com início já nesta quarta-feira.

PUB

As medidas de incentivo, focadas sobretudo na funcionalidade de "compras relâmpago" da aplicação, incluirão "envelopes vermelhos" - versão digital dos tradicionais presentes monetários -, descontos em produtos, entregas gratuitas e reduções nas comissões cobradas aos vendedores.

Segundo a empresa, as ofertas visam "proporcionar aos consumidores experiências e serviços preferenciais e mais convenientes, estimulando ainda mais a vitalidade do consumo".

A decisão surge num momento em que Pequim tenta contrariar as pressões deflacionistas que ameaçam travar o crescimento económico, num cenário já marcado por uma prolongada crise no setor imobiliário, queda nas exportações e consumo interno em desaceleração.

PUB

Desde o ano passado, as autoridades chinesas têm implementado várias medidas para impulsionar a procura interna, incluindo cortes nas taxas de juro, estímulos ao setor imobiliário e incentivos à compra de automóveis e eletrodomésticos.

Os resultados, no entanto, têm sido mistos: embora as vendas a retalho - principal indicador do consumo privado - tenham registado uma aceleração em maio, os preços de venda no setor imobiliário continuaram a cair nesse mesmo período.

Na terça-feira, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou a esforços para "promover a construção de um mercado nacional unificado", durante uma reunião de alto nível sobre política económica, segundo noticiou a agência noticiosa oficial Xinhua.

PUB

Durante o encontro, os dirigentes chineses defenderam ainda uma melhor regulação da "concorrência desordenada baseada em preços baixos" entre empresas.

"Num momento em que a economia chinesa enfrenta pressões deflacionistas e um mercado de trabalho frágil, o Governo procura responder a esses desafios pelo lado da oferta", comentou o presidente da Pinpoint Asset Management, Zhiwei Zhang, após a reunião. "A prioridade parece ser evitar a concorrência excessiva", acrescentou.

Pub
Pub
Pub