Sword Health volta a captar investimento e avalia-se em quatro mil milhões

O unicórnio português Sword Health captou 40 milhões de dólares para alavancar o seu negócio através do modelo AI Care, o que lhe permitiu alavancar a sua valorização para quatro mil milhões de dólares.

Esta ronda voltou a ser liderada pela capital de risco americana General Catalyst e contou com a presença de cinco investidores portugueses: Lince Capital, Oxy Capital, Armilar, Indico Capital e Shilling. "O valor angariado servirá para acelerar a estratégia de fusões e aquisições da Sword, apoiar a expansão global e reforçar o desenvolvimento contínuo de modelos de IA em todas as principais áreas dos cuidados de saúde", indica a startup de Virgílio Bento. 

"A Sword está a reinventar totalmente os cuidados de saúde - desde o tratamento da dor física até à solução anunciada hoje, focada na saúde mental - expandindo o acesso, melhorando os resultados clínicos e reduzindo os custos a nível global. Temos orgulho em apoiar a Sword e em vê-la acelerar a transição para um modelo de saúde verdadeiramente centrado na IA", escreve Chris Bischoff, diretor executivo da capital de risco americana, que sustenta que o unicórnio português "está na vanguarda da transformação na área da saúde".

Mas como uma novidade nunca vem só, a Sword Health continua a mostrar que está atenta ao mercado e às potencialidades que a Inteligência Artificial lhe dá. Com três soluções principais já no mercado - Thrive (fisioterapia digital), Bloom (saúde pélvica das mulheres) e Move (dor crónica) - a empresa liderada por Virgílio Bento apresenta agora o Mind, focado na saúde mental. 

Esta solução combina Inteligência Artificial e especialistas clínicos para garantir o acesso a cuidados de saúde mental. Ou seja, transforma a terapia tradicional - que ainda é muitas vezes um estigma - num modelo proativo, existindo um acompanhamento contínuo e personalizado. 

"Apesar da ampla disponibilidade de soluções de saúde mental, o acesso continua a ser desafiante, a utilização baixa e os resultados pouco satisfatórios", sustenta a empresa, tendo como base os quase mil milhões de pessoas que vivem com alguma condição de saúde mental a nível mundial.

Com a terapia convencional ainda a ser um impedimento em muitos casos, a equipa de Virgílio Bento optou por aliar a tecnologia e "eliminar as barreiras ao acesso a cuidados". "Tratar mais de meio milhão de pessoas e poupar aos nossos clientes perto de mil milhões de dólares em custos de saúde desnecessários provou que o modelo pioneiro de AI Care da Sword é o futuro dos cuidados de saúde", sublinha o fundador e CEO do unicórnio. 

"Este investimento [40 milhões de dólares] é um marco que nos permite aprofundar a investigação em IA de base e acelerar a nossa expansão para novas áreas, como a saúde mental - um setor ainda dominado por modelos ineficazes e pouco escaláveis - assegurando cuidados verdadeiramente transformadores aos milhões de pessoas em todo o mundo que enfrentam desafios de saúde mental, tal como já fizemos com milhões que pacientes que sofriam de dor física", adianta Virgílio Bento. 

O Sword Mind está disponível durante as 24 horas dos sete dias da semana e oferece apoio sempre que necessário. A combinação entre a vertente clínica e a tecnologia é, para a startup, a "chave" para eliminar as barreiras de acesso e tornar os cuidados de saúde holísticos.

Por isso, esta solução soma três componentes. O Phoenix é o agente de Inteligência Artificial desenvolvimento especificamente para a saúde mental, a M-band é o dispositivo que capta todo o contexto ambiental e físico do paciente, detetando sinais de depressão e ansiedade, e a equipa clínica (a parte humana no produto) trabalha em conjunto com o agente para assegurar o acompanhamento contínuo do paciente.