Consórcio interessado na compra da Azores Airlines aguarda decisão dos trabalhadores
O consórcio Newtour/MS Aviation, interessado na compra da Azores Airlines, alertou esta quinta-feira que está a aguardar uma "decisão definitiva" dos trabalhadores sobre o futuro da companhia, já que as negociações com a administração "estão próximas do desfecho".
"O Newtour/MS Aviation tem uma visão estratégica para o dia seguinte à compra da SATA – se esse dia chegar –, estratégia essa já partilhada com a SATA Holding e com os sindicatos. Mas de nada serve uma estratégia robusta sem apoio para a implementar", afirma o agrupamento num comunicado.
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O consórcio alerta que "não é com as soluções de sempre que garante o futuro" da SATA que "precisa urgentemente de estabilidade operacional" para "recuperar a confiança do mercado".
"É decisivo que pilotos e pessoal de cabine digam se estão contra ou a favor e esclareçam todas as suas dúvidas. O agrupamento aguarda, com a serenidade que o sentido de urgência permite, uma decisão definitiva dos trabalhadores, que resulte de uma discussão aberta e construtiva", insistem.
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O Newtour/MS Aviation adianta que as negociações com a administração da SATA "decorrem de forma positiva e estão próximas do seu desfecho" e apela a uma resposta dos trabalhadores.
"Uma vez que, agora, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil já reconhece a existência de uma proposta apresentada pelo agrupamento, o que se espera é que quem os representa coloque o documento à sua consideração. Compete aos trabalhadores - e só a eles - analisar e decidir", reforçam.
A Antena 1/Açores avançou esta quinta-feira que o Sindicato dos Pilotos esteve reunido com o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) tendo deixado cair a possibilidade de um acordo entre os pilotos e o consórcio.
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O consórcio realça que entre 2022 e 2024 o número de trabalhadores na companhia "cresceu 25%, passando de 652 para 815", enquanto a despesa com pessoal aumentou de "41 milhões para quase 67 milhões de euros".
"De uma vez por todas, a SATA tem de ajustar a atividade à sua capacidade operacional. É esse o caminho para uma empresa sustentável, que preste um melhor serviço aos clientes, que garanta estabilidade aos trabalhadores", defendem.
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O grupo que pretende comprar a Azores Airlines destaca, também, que os "custos com fornecimentos e serviços externos aumentaram 70%" e que os gastos em ACMI (aluguer de aeronave com tripulação) "dispararam de 4,4 milhões para 28 milhões de euros" entre 2022 e 2024.
"A urgência na tomada de posição não é uma imposição do agrupamento. É uma exigência da própria SATA, que não aguenta por muito mais tempo ter 15% da faturação em prejuízo, e decorre dos compromissos assumidos pelo Governo [Regional]", avisam.
O consórcio garante estar disponível para "devolver à companhia aérea a estabilidade necessária".
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"O que se pede aos trabalhadores é um apoio ativo à transformação. Na certeza de que é do compromisso coletivo que depende o futuro da SATA", frisa o grupo Newtour/MS Aviation.
Na sexta-feira, o Governo dos Açores afirmou que se não houver entendimento entre sindicatos e consórcio e uma proposta, até o final do mês, a privatização da Azores Airlines deverá passar por uma negociação particular.
Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).
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