Lisboa já perdeu 10 mil contentores para Leixões – TSF
O presidente da Comunidade Portuária de Leixões diz que a greve dos estivadores em Lisboa – que dura desde 20 de Abril - já levou ao desvio para aquele porto de 10 mil contentores que teriam originalmente destino à infra-estrutura da capital.
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Em declarações à TSF, Jaime Vieira dos Santos nota que o porto de Leixões está actualmente "com índices de execução equivalentes a 2014", considerado "o melhor ano do porto". Contudo, ainda não é claro se as contas têm saldo positivo para o equipamento nortenho: se tem recebido mais carga, também é verdade que o desvio de tráfego tem "muitos custos adicionais".
O presidente, que garante que os trabalhadores estão a conseguir lidar com o excesso de trabalho "sem pressões, com os descansos que a lei impõe e com o ambiente de trabalhado adequado", diz mesmo que não queria "os 10 mil contentores" e deseja que "o Porto de Lisboa resolva o seu problema rapidamente".
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"Infelizmente [o porto de Lisboa] está a passar um mau momento mas há-de encontrar seguramente soluções", afirma.
O diferendo que opõe os operadores do porto de Lisboa e os estivadores arrasta-se, segundo o Governo, há quatro anos e conheceu no último mês novos episódios de tensão, com os trabalhadores em greve desde 20 de Abril a reivindicarem o fim de uma empresa paralela – a Porlis -, a resolução de problemas na grelha salarial e a exigência de continuar a fazer o planeamento dos navios.
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Desde esta terça-feira que os operadores, com presença policial, começaram a retirar centenas de contentores do porto de Lisboa a transportá-los para portos como Sines, Aveiro ou Leixões. Alguns dos contentores têm produtos que, não sendo bens alimentares deterioráveis, têm um prazo de validade curto. Durante o dia de ontem foram retirados 69 contentores.
Entretanto esta quarta-feira os trabalhadores em plenário decidiram manter a greve e o seu sindicato defendeu a nacionalização do sector, para que não sejam "o Estado de Singapura ou as empresas da Turquia a tirarem dividendos anualmente". A associação de operadores avançou no início da semana para um despedimento colectivo devido à redução da actividade que alegam ter origem na paralisação dos trabalhadores. Estes consideraram o anúncio como "terrorismo psicológico".
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