Euro acentua ganhos após dados económicos desfavoráveis aos EUA

O euro acentuou os ganhos face ao dólar depois de ter sido divulgado que as vendas a retalho nos EUA cresceram, no mês passado, a um ritmo mais lento do que o esperado.
Ana Filipa Rego 13 de Janeiro de 2006 às 16:02

O euro acentuou os ganhos face ao dólar depois de ter sido divulgado que as vendas a retalho nos EUA cresceram, no mês passado, a um ritmo mais lento do que o esperado.

Contra a moeda norte-americana o euro avançava 0,39% para os 1,2083 dólares, depois de ter iniciado a sessão também a subir e a recuperar assim de mínimos de mais de uma semana e da maior queda das últimas três semanas.

PUB

As vendas a retalho nos Estados Unidos aumentaram 0,7% no mês de Dezembro, uma subida que ficou abaixo das estimativas. Estes dados poderão fazer cair por terra a especulação de que a Reserva Federal (Fed) dos EUA vai subir os juros duas vezes este trimestre.

O euro iniciou a sessão a subir uma vez que - apesar do presidente do Banco central Europeu (BCE) não ter dado sinais de que vai acelerar o ritmo de subida dos juros -  o mercado acredita em pelo menos mais dois aumentos este ano.

O euro perdeu ontem até 0,99% depois de Jean Claude Trichet ter afirmado que os riscos que ameaçam o crescimento económico permanecem. O  presidente BCE não indiciou novas subidas nos juros, o que levou o mercado a estimar que poderão não ser tantas e tão rápidas quando o previsto. Os investidores reduziram as apostas de que o BCE iria subir os juros três vezes este ano.

PUB

No seu discurso, o mesmo responsável não referiu que estavam «vigilantes» nos preços, uma palavra que o banco usou o ano passado para assinalar o aumento de preocupações com a subida de preços. Trichet alertou que existem riscos quanto ao crescimento económico da região, o que já está a levar os mercados a anteciparem um menor agravamento no preço do dinheiro.

No entanto não deixou de afirmar que considera que as perspectivas económicas para a Zona Euro estão a melhorar e que os preços do petróleo ameaçam o limite dos 2% imposto pelo banco à inflação.

O Produto Interno Bruto (PIB) melhorou, tal como esperávamos no segundo semestre de 2005», afirmou Jean Claude Trichet pouco depois do BCE ter decidido manter  sua taxa de juro de referência nos 2,25%, acrescentando que os  dados económicos mais recentes sustentam a visão de que a «expansão da actividade em geral manteve o ritmo vai continuar assim nos próximos meses».

PUB

Neste contexto, e apesar de não haver indícios de uma aceleração nas subidas dos juros, os operadores mantêm as apostas de que o BCE vai subir a sua taxa de juro de referência pelo menos mais duas vezes este ano o que está a contribuir para a valorização do euro depois de ter perdido cerca de 13% no ano passado devido ao diferencial de juros entre os dois lados do Atlântico.

Pub
Pub
Pub