Bolsas dos EUA descem com receios de retração no mercado. Nasdaq cede mais de 2%

A aversão ao risco tomou conta do sentimento do mercado nesta sessão, em que o tecnológico Nasdaq Composite foi o índice mais penalizado. As preocupações com a sobrevalorização das ações, sobretudo das "big tech", pesaram.
Nasdaq perdeu cerca de 2%
EPA
Bárbara Cardoso 04 de Novembro de 2025 às 21:12

O mês de novembro, que costuma ser forte sazonalmente, teve um início difícil. As bolsas norte-americanas registaram desvalorizações significativas esta terça-feira, numa sessão marcada pela aversão ao risco, devido às ações da Palantir, ligadas à inteligência artificial, e às queda nas apostas de um corte nas taxas de juro pela Reserva Federal em dezembro. 

Depois de ontem terem conseguido chegar a recordes no fecho, o S&P 500 perdeu hoje 1,17% para os 6.771,67 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite tombou 2,04% para os 23.348,64 pontos. Já o industrial Dow Jones recuou 0,53% para os 47.085,24 pontos.

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Os resultados da Palantir Technologies, reportados na terça-feira ao mercado, foram bastantes positivos: superaram as estimativas dos analistas para as vendas do terceiro trimestre e a empresa aumentou as perspetivas anuais, impulsionadas pelo crescimento do seu negócio de inteligência artificial (IA).

No entanto, as preocupações com sobrevalorização das ações e a sustentabilidade dos aumentos da IA, que impulsionaram os títulos da empresa a ganhos anuais de 174% até ao fecho de segunda-feira, pesaram sobre a negociação de hoje, já que "começam a gerar desconforto entre investidores que temem sinais de exuberância excessiva", disse Henrique Valente, analista da ActivTrades Europe, numa nota a que o Negócios teve acesso. Esta terça-feira, as ações da Palantir caíram 7,95% para 190,70 dólares.

Embora os lucros trimestrais das empresas sejam "sólidos", as avaliações são "o que representa um desafio", afirmou Mike Gitlin, CEO Capital Group.  

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Para adensar o sentimento negativo, os CEO do Morgan Stanley e do Goldman Sachs avisaram que os mercados acionistas podem estar a caminhar para desvalorizações significativas, entre 10% a 20% no próximo ano/dois anos, sublinhando as preocupações em relação à sobrevalorização das ações, deixando um sentimento de apreensão no mercado.

"Talvez tenhamos que esperar por mais clareza e pelo fim da paralisação do governo para que o impulso positivo volte a surgir", disse Louis Navellier, diretor de investimentos da Navellier & Associates, à Bloomberg.

”Na ausência de dados oficias sobre o emprego nos EUA, os investidores estão a agarrar-se às contas empresariais, e com duas grandes empresas de tecnologia, a AMD e a Super Micro Computer, prestes a divulgar os seus resultados ao mercado após o fecho da bolsa, o que pode amenizar o clima pessimista", disse Danni Hewson, AJ Bell, à Bloomberg.

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Noutros movimentos empresariais, a Papa John’s caiu quase 10%, após a Apollo Global Management ter retirado a sua oferta para remover a cadeia de pizzas de bolsa.

A Uber Technologies perdeu mais de 5% depois de publicar resultados abaixo do esperado nas receitas operacionais do terceiro trimestre e emitir uma previsão de lucros que ficou aquém das estimativas.


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