Macron dá ganhos às bolsas. "Au revoir" à incerteza?
Os mercados respiraram de alívio com os resultados da primeira volta das presidenciais francesas. As bolsas reagiram com fortes subidas, mais notórias logo na sessão de segunda-feira, e os juros da dívida francesa aliviaram, numa tendência que também se traduziu nas obrigações portuguesas.
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Apesar dos ganhos terem sido generalizados, a banca foi o principal motor das subidas das bolsas. O índice da Bloomberg que mede o desempenho das entidades financeiras do Velho Continente acumula uma subida de 5,25% nas duas últimas sessões.
Em destaque estiveram os bancos franceses e italianos, com uma boa parte dessas entidades com subidas de cerca de 10% em apenas dois dias. Foi o caso do Unicredit, do Credit Agricole, do Société Générale e do Natixis.
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As subidas da banca ajudam o índice europeu Stoxx 600 a subir 2,32% em dois dias, atingindo o valor mais elevado desde Agosto de 2015. A bolsa alemã negoceia em máximos históricos, as acções francesas perto de máximos de dez anos. A bolsa de Paris sobe 4,32% desde o início da semana. O PSI-20 aproveitou o sentimento positivo para amealhar uma subida de 3,48% nas duas últimas sessões para o valor mais alto desde Maio do ano passado.
"Os mercados accionistas reagiram com alívio às eleições em França em especial a banca europeia, que seria o sector que mais iria sofrer se a permanência de França no euro fosse questionada", referem os analistas do Raiffeisen, numa nota a investidores.
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O candidato centrista Emmanuel Macron recolheu 24% dos votos. E vai disputar a segunda volta com a candidata anti-euro Marine Le Pen, que obteve 21,3%. No entanto, as sondagens e os mercados estão a dar como quase certo que seja Macron a vencer a corrida ao Eliseu.
A menor percepção de risco político em França também ajudou as taxas de juro de alguns países do euro e a dívida portuguesa aproveitou esse optimismo. A taxa nacional a dez anos caiu a pique na segunda-feira, apesar de ter regressado às subidas, ainda que moderadas, esta terça-feira. Ainda assim, nos últimos dois dias a "yield" portuguesa desce de 3,743% para 3,606%, tendo negociado no valor mais baixo do ano. Já a taxa francesa cai de 0,94% para 0,90%.
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O mercado respirou de alívio, com os activos de maior risco a serem beneficiados. A questão, agora, é se este optimismo tem condições para continuar. Neste ponto, os analistas da IHS Markit alertam que a volatilidade poderá aumentar se Le Pen passar acima da barreira de 40% nas sondagens.
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Já a Pictet refere que "as implicações para o mercado da vitória de Emmanuel Macron serão positivas para o mercado mas poderão ter uma duração curta já que o foco irá mudar rapidamente para as eleições legislativas em Junho". Por seu lado, o Natixis questiona sobre se a reacção imediata do mercado tem condições para continuar. E responde: "Nesta fase é difícil de saber, mas se houver uma normalização da situação, a aposta é que esse processo não será linear".
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