Nvidia vai usar tecnologia da Groq e contratar os seus executivos de topo
A Nvidia celebrou um acordo de licenciamento não exclusivo com a fabricante de chips de inteligência artificial (IA) Groq para contratar parte da sua equipa executiva, avançou a própria startup na quarta-feira, 24 de dezembro.
Numa publicação no seu blog, a Groq anunciou que o seu fundador e CEO Jonathan Ross, o presidente Sunny Madra e outros funcionários da sua equipa de engenharia irão integrar a Nvidia “para ajudar a avançar e expandir” a tecnologia de inferência licenciada. “O acordo reflete um foco comum em expandir o acesso à inferência de alto desempenho e baixo custo”, sublinhou a startup.
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A Groq é especializada no que é conhecido como inferência, em que modelos de inteligência artificial que já foram treinados respondem às solicitações dos utilizadores. Embora a Nvidia domine o mercado de treino de modelos de IA, enfrenta muito mais concorrência na inferência, tanto por parte de rivais tradicionais que a tentam desafiar – caso da Advanced Micro Devices –, como por parte startups como a Groq e a Cerebras Systems.
A CNBC tinha referido – citando Alex Davis, CEO da empresa de investimentos Disruptive, que liderou a mais recente ronda de financiamento da Groq – que a Nvidia estava a comprar a Groq por cerca de 20 mil milhões de dólares, mas a informação parece ter sido exagerada na sua dimensão. Isto porque a Groq avançou que continuará a ser uma empresa independente, que a GroqCloud continuará a operar normalmente e que o diretor financeiro Simon Edwards será o seu novo CEO.
Instado a comentar a aparente confusão, um porta-voz da Groq citado pela MarketWatch referiu-se à publicação no blog da empresa como incluindo “os termos factuais do acordo”.
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Os analistas da Bernstein sublinharam, num “research” divulgado na quarta-feira à noite, que o negócio parece ser “de natureza estratégica” para a Nvidia. “A empresa já é líder indiscutível em treino de IA, mas o volume de trabalho da inferência é mais diversificado e (poder-se-á dizer) poderá abrir novas áreas de concorrência. Portanto, parece-nos razoaável que [a Nvidia] gaste dinheiro (mesmo que sejam 20 mil milhões de dólares) para preencher novas capacidades e ampliar e consolidar ainda mais uma posição em que já é amplamente líder, à medida que a inferência cresce”, refere a nota de análise a que a Reuters teve acesso.
O acordo agora anunciado segue um padrão que tem sido familiar nos últimos anos, em que as maiores tecnológicas do mundo pagam grandes quantias em acordos com startups promissoras para obterem a sua tecnologia e talento, mas sem chegarem a adquirir formalmente o alvo.
A Reuters recorda negócios semelhantes recentes, como o do principal executivo de IA da Microsoft, que fechou um acordo de 650 milhões de dólares com uma startup que foi faturado como taxa de licenciamento. Já a Meta Platforms – que detém o Facebook, Instagram e WhatsApp – gastou 15 mil milhões para contratar o CEO da Scale AI sem adquirir toda a empresa, a Amazon contratou os fundadores da Adept AI, e a Nvidia tinha feito um negócio semelhante este ano.
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As ações da Nvidia, liderada por Jensen Huang, caíram ligeiramente na quarta-feira, fechando a recuar 0,32% para 188,61 dólares, mas sobem 36,37% no acumulado do ano.
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