Quase metade das acções são negociadas fora de mercado regulamentado
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) revelou que, no ano passado, 47% das acções nacionais foram negociadas foram de mercado regulamentado. Um número que fica praticamente em linha com o registado em 2016, mas aumenta face a 2017. E que coloca desafios à supervisão.
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No Relatório Anual sobre os Mercados de Valores Mobiliários relativo a 2017 publicado esta quinta-feira, a CMVM sublinha que a negociação de acções efectuada em mercado regulamentado "continua a ser bastante inferior em Portugal e na Zona Euro, em comparação com os EUA".
Contudo, o peso desta negociação no total transaccionado caiu na Zona Euro e nos EUA e manteve-se em Portugal na ordem dos 53%. "Cerca de 47,4% da negociação de acções domiciliadas em Portugal é efectuada fora dos mercados regulamentados", em linha com o ano anterior, frisa a CMVM.
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Uma evolução que "coloca maiores desafios à supervisão tendo em conta as menores exigências regulamentares em matéria de transparência da negociação efectuada em outras plataformas de negociação", acrescenta o supervisor.
Quanto à dívida pública nacional, em mercados regulamentados, a transacção ocorreu essencialmente através da plataforma MTS (mercado regulamentado destinado à negociação por grosso de títulos de dívida pública). Mas, "num ano em que as ‘yields’ das diversas maturidades da curva de rendimento da dívida nacional se reduziram, assistiu-se também a uma quebra da negociação em mercados regulamentados, com os valores transaccionados a atingir 82,5 mil milhões de euros (menos 14% face ao ano anterior)", frisa a CMVM.
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Além disso, algumas OT também se encontram admitidas à negociação no mercado regulamentado da Euronext Lisbon, mas os volumes negociados são "residuais" quando comparados com os movimentados no MTS.
Ainda assim, a dívida soberana portuguesa é sobretudo negociada em OTC e em sistemas de negociação multilateral. "Se forem consideradas todas estas formas de negociação, os valores transaccionados aumentaram 6%", frisa a CMVM.
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Quanto à dívida privada, as transacções em mercado regulamentado (Euronext Lisbon) "são relativamente inexpressivas quando comparadas com o volume negociado em acções, não tendo atingido mais do que 5% do valor negociado nestas últimas". Contudo, verificou-se um "aumento significativo" da negociação em obrigações face a 2016.
E, apesar da melhoria do "rating" da República e de diversos emitentes nacionais, os dados recolhidos junto dos intermediários financeiros que em Portugal continuam a revelar que os investidores direccionam as suas ordens para "fora de mercado" e preferencialmente para obrigações estrangeiras.
Relativamente a contratos futuros, o valor transaccionado em Portugal caiu pelo terceiro ano consecutivo, totalizando 862 milhões de euros para o conjunto do ano. "A totalidade do valor transaccionado foi respeitante a contratos de futuros sobre o PSI-20, na medida em que o valor referente a contratos de futuros sobre acções individuais, já muito reduzido em anos anteriores, foi pela primeira vez nulo", explica a CMVM que acrescenta que, no final de 2017, estavam abertas 15.396 posições em contratos de futuros sobre o PSI-20.
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