Rochas que pareciam níquel deixam JP Morgan a dever 1,2 milhões à LME

O maior banco no mercado de metais está agora a dever 1,2 milhões de euros ao Mercado Londrino de Metais, após terem sido encontradas rochas pintadas para parecerem níquel nos armazéns de Roterdão.
Diogo Mendo Fernandes 21 de Março de 2023 às 19:53

"Se comprarmos níquel de um comerciante, o níquel for entregue, abrimos a caixa e está cheia de rochas pintadas para parecerem níquel vamos ficar desapontados". Ao mesmo tempo, "não vai ser possível construir um carro com uma caixa de rochas", já que o níquel é necessário.

Foi mais ou menos isto, nas palavras do colunista da Bloomberg Matt Levine, que aconteceu com um dos maiores bancos do mundo, o JP Morgan, que está agora a dever ao Mercado Londrino de Metais (London Metal Exchange - LME) um conjunto de contratos de níquel no valor de 1,3 milhões de dólares (1,2 milhões de euros ao câmbio atual), de acordo com a agência de informação.

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A LME acabou por cancelar nove contratos de níquel citando "irregularidades" num determinado armazém. O banco norte-americano tinha procedido à entrega do material para fazer face aos contratos da LME referentes aos primeiros meses de 2022.

Ainda assim, não há qualquer sugestão de que a instituição financeira tinha feito algo de errado, até porque o "níquel" já estava no armazém da Access World em Roterdão quando a compra foi realizada há vários anos. Mas o papel do JP Morgan, o maior banco no mercado de metais, naquela que é a sua segunda crise relacionada com esta matéria-prima deve trazer mais dores de cabeça aos responsáveis.

A Access World, dona dos armazéns, já revelou que está a inspecionar as caixas de níquel em todas as localizações e referiu que se trata de um "caso isolado e especifico de um armazém em Roterdão". Não é claro, no entanto, se alguma vez as caixas tiveram níquel e se é uma questão de erro, roubo ou fraude.

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A descoberta gerou preocupação em todo o mercado, com os armazéns por todo o mundo a inspecionarem e a pesarem várias toneladas, uma vez que esta tarefa é da sua responsabilidade, bem como ter seguros que protegem os "traders" de matérias-primas face a este tipo de situações.

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