Incerteza na Alemanha derruba bolsas. Trump penaliza petróleo

  O cenário de crise política na Alemanha está a penalizar as bolsas europeias e a cotação do euro.  O petróleo está corrigir de máximos devido às declarações de Trump.
Jens Spahn Angela Merkel
Reuters
Nuno Carregueiro e David Santiago 02 de Julho de 2018 às 09:23

Os mercados em números

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PSI-20 recua 1,13% para 5.466,25 pontos

Stoxx600 desce 1,09% para 375,80 pontos

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Nikkei desvalorizou 2,21% para 21.811,93 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 2,2 pontos base para 1,809%

Euro desce 0,41% para 1,1636 dólares

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Petróleo em Londres cai 1,1% para 78,36 dólares em Londres

 

Incerteza política na Alemanha pinta Europa de vermelho

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As principais bolsas europeias acordaram sobressaltadas para a primeira sessão bolsista desta semana devido ao reacender de divergências no seio do governo alemão liderado por Angela Merkel. O índice de referência europeu Stoxx 600 cai 1,09% para 375,80 pontos, com os sectores europeus das matérias-primas e da banca a penalizarem com maior intensidade, numa altura em que a guerra comercial continua a deixar os investidores cautelosos.

 

O luso PSI-20 acompanha a tendência ao recuar 1,13% para 5.466,25 pontos, no terceiro dia de quedas que atirou a bolsa lisboeta para mínimos de 31 de Maio. Já o alemão DAX recua 1,09% para 12.171,67 pontos, o que significa que o principal índice bolsista germânico transacciona muito próximo do valor mais baixo desde 4 de Abril.

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Este domingo o ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, ameaçou demitir-se do governo alemão devido às divergências face a Merkel no que concerne à política alemã em matéria de imigração e regras de asilo.

 

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Se Seehofer se demitir fica em aberto a possibilidade de a CSU deixar de apoiar o executivo de Merkel, o que a acontecer deixaria a coligação CDU-SPD sem maioria absoluta no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão). Nesse caso, Merkel ver-se-ia obrigada a negociar uma nova coligação ou o presidente alemão poderia ter de agendar novas eleições.

 

Crise na Alemanha também penaliza euro

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A moeda europeia também está a ser penalizada pelo receio de desintegração da coligação de Angela Merkel na Alemanha, com o euro a arranca a semana a recuar 0,41% para 1,1636 dólares. O dólar está a ganhar terreno contra as principais divisas, com o índice da moeda norte-americana a valorizar 0,3%, numa sessão em que a libra está também em queda (-0,3% para 1,3172 dólares).

No mercado cambial destaque ainda para a evolução do peso mexicano, que reagiu em alta à esperada vitória do candidato de esquerda Andres Manuel Lopez Obrador. A moeda chegou a subir mais de 1%, mas depois inverteu para terreno negativo, descendo 0,8% para negociar abaixo de 20 pesos por dólar.

 

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Juros de Portugal em alta ligeira

No mercado da dívida soberana europeia o espectro de uma crise na Alemanha está para já a ter um impacto reduzido. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos avança 2,2 pontos base para 1,809%, enquanto nos títulos alemães os juros atingiram um mínimo de cinco semanas nos 0,295%. Apesar da crise ser na Alemanha, os investidores procuram os títulos de dívida pública do país para refugio em alturas de turbulência, daí que o prémio de risco da dívida portuguesa esteja a agravar-se para 151 pontos base.

 

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Pressão de Trump penaliza petróleo

O petróleo arrancou a semana a corrigir de máximos de três anos, reagindo a novas pressões do presidente dos Estados Unidos para que sejam tomadas medidas para baixar o preço dos combustíveis. O WTI em Londres desce 0,69% para 73,64 dólares e na bolsa de Londres o Brent cai 1,1% para 78,36 dólares.

 

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De novo através do Twitter, Donald Trump aumentou a pressão sobre a Arábia Saudita para que aumente a produção de petróleo, de modo a compensar a escassez da oferta do Irão e Venezuela. Numa entrevista citada pela Bloomberg, o presidente dos EUA foi mais agressivo e apelou à OPEP para deixar de manipular o mercado petrolífero e aumente efectivamente a oferta. Na semana passada os preços da matéria-prima subiram mais de 8% devido à pressão dois EUA sobre os seus aliados para deixarem de comprar petróleo ao Irão.

Just spoke to King Salman of Saudi Arabia and explained to him that, because of the turmoil & disfunction in Iran and Venezuela, I am asking that Saudi Arabia increase oil production, maybe up to 2,000,000 barrels, to make up the difference...Prices to high! He has agreed!

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Ouro estável após pior mês desde Novembro de 2016

O metal precioso perdeu recentemente o estatuto de activo de refúgio, tendo durante Junho registado o pior desempenho mensal desde Novembro de 2016 (-3,5%). Esta segunda-feira o ouro está a recuar 0,1% para 1.251,59 dólares a onça, acima do mínimo de Dezembro fixado na quinta-feira nos 1.246,02 dólares a onça.

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