Bolsas em máximos de agosto e juros da Alemanha regressam a terreno positivo

As expectativas positivas nas negociações entre os EUA e a China e num Brexit suave, bem como dados económicos positivos, impulsionaram as ações e afastaram os investidores da dívida soberana.
Bolsas mercados
Reuters
Nuno Carregueiro e Rita Faria 03 de Abril de 2019 às 17:22

Mercados em números 

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PSI-20 valorizou 0,97% para 5.338,48 pontos

Stoxx600 avançou 1,01% para 388,92 pontos

S&P500 sobe 0,57% para 2.883,67 pontos 

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Juros da dívida portuguesa a dez anos agravaram 1,5 pontos base para 1,26%

Euro avança 0,29% para 1,1237 dólares

Petróleo desce 0,36% para 69,12 dólares por barril, em Londres

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Bolsas europeias em máximos de agosto

As bolsas europeias subiram esta quarta-feira pela quarta sessão consecutiva e atingiram o valor mais elevado dos últimos oito meses.  

 

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Vários dos principais índices valorizaram mais de 1%, animados pelas expectativas de um acordo entre a China e os Estados Unidos, pelas conversações entre a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, e o líder trabalhista – que poderão resultar num entendimento para um Brexit mais suave – e pela divulgação do PMI compósito para a Zona Euro, de março, que foi superior ao esperado.

 

O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, somou 1,01% para 388,92 pontos – o nível mais alto desde agosto – elevando para 18% a valorização acumulada desde o mínimo de dezembro. A bolsa italiana, que fechou a sessão a ganhar 1,08%, entrou mesmo em bull market, com uma subida de mais de 20% desde o mínimo de dois anos alcançado no final de 2018.

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Também nos Estados Unidos, a tónica é positiva, com os ganhos a serem liderados pelo setor da tecnologia.

 

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Lisboa não escapou ao otimismo geral nos mercados, e o PSI-20 fechou o dia a somar 0,97% para 5.338,48 pontos, anulando já as perdas registadas no ano passado.

Juros da Alemanha regressam a terreno positivo

Perante o panorama positivo no mercado de capitais e os dados económicos animadores que foram revelados na Europa, os investidores estão a afastar-se das obrigações soberanas, que serviram de refúgio em várias sessões do mês passado quando se intensificaram os receios com o abrandamento da economia global.

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A "yield" das obrigações alemãs a 10 anos sobe 5,5 pontos para 0,007%, regressando assim a terreno positivo pela primeira vez desde 25 de março. Nas obrigações portuguesas com a mesma maturidade os juros sobem 1,5 pontos base para 1,26%, sendo que o prémio de risco da dívida portuguesa está hoje nos 125 pontos base. O agravamento das "yields" também se verifica do outro lado do Atlântico, com a taxa das treasuries a 10 anos a avançar 4 pontos base para 2,51%.

 

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Libra valoriza pela terceira sessão e Bitcoin continua a subir

A disponibilidade demonstrada por Theresa May para negociar um acordo para o Brexit com os trabalhistas de James Corbyn continua a impulsionar a libra, dado que aumenta a expectativa de uma saída ordenada do Reino Unido da União Europeia. Na terceira sessão em alta a moeda britânica aprecia 0,36% para 1,3175 dólares.

 

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Já o euro ganha 0,29% para 1,1237 dólares, beneficiando com os dados económicos positivos.

 

Nota ainda para a Bitcoin, que ganha terreno pela sétima sessão consecutiva, estando hoje a subir 4,5% para valores acima dos 5 mil dólares.  

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Stocks dos EUA pressionam petróleo

O otimismo em relação à evolução da economia global e os cortes de produção da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estiveram a impulsionar as cotações do petróleo durante toda a manhã, mas a matéria-prima inverteu para terreno negativo depois de o Departamento de Energia dos EUA ter revelado o relatório semanal dos inventários.

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Os stocks de crude aumentaram em 7,24 milhões de barris na semana passada, um valor que ficou acima do esperado pelos analistas. Além disso, a produção de petróleo nos Estados Unidos atingiu um novo recorde (12,2 milhões de barris por dia), o que mostra uma menor produção no lado da oferta.

 

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O Brent, que chegou a cotar muito perto dos 70 dólares, segue a perder 0,36% para 69,12 dólares após três sessões em alta. O WTI, negociado em Nova Iorque, cede 0,51% para 62,26 dólares.  

 

O ministro do petróleo da Nigéria, Emmanuel Kachikwu, disse hoje que há um consenso geral entre os países produtores de petróleo para o prolongamento do acordo de cortes na produção, "idealmente por mais seis meses". Em declarações aos jornalistas, à margem da conferência da Organização dos Produtores Africanos de Petróleo (APPO), que decorre em Malabo, capital da Guiné Equatorial, Emmanuel Kachikwu disse que a iniciativa da OPEP trouxe os preços para um nível confortável para os produtores e consumidores.

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Cortes na produção impulsionam minério de ferro

O minério de ferro continua a acumular ganhos à boleia das quebras na oferta. O metal ferroso subiu mais de 5% e superou a barreira dos 90 dólares por tonelada, na quarta sessão seguida no verde. A suportar as subidas está o anúncio efetuado pela produtora brasileira Vale SA de que a produção de minério de ferro este ano ficará entre 307 e 332 mil toneladas. No ano passado a companhia brasileira produziu 380 mil toneladas, sendo que este corte está relacionado com o acidente numa das suas barragens que provocou mais de 300 vítimas mortais. A Rio e a BHP também reviram em baixa as suas estimativas de produção de minério de ferro.

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