Receios de sobrevalorização das ações de IA e Fed atiram Europa para o vermelho
Juros das dívidas soberanas aliviam na Zona Euro
Dólar em máximos de quatro meses face ao euro. Libra recua antes de BoE
Ouro perde terreno com perspetiva de fim de cortes da Fed
Petróleo cai com dólar mais forte e receios sobre excedente
Bitcoin tomba mais de 3% e atinge mínimos do verão perto dos 102.000 dólares
Wall Street tomba com previsões da Palantir e alertas de líderes da banca
Europa pinta-se de vermelho sob pressão das tecnológicas. Telefónica afunda quase 10%
Juros aliviam na Zona Euro em dia de perdas nas bolsas
Indecisão da Fed dá força ao dólar. Euro recupera após atingir mínimos de três meses
Ouro tropeça e volta a negociar abaixo dos 4 mil dólares
Decisão da OPEP+ retira ânimo aos investidores e atira petróleo para o vermelho
Tecnológicas interrompem "rally" e atiram bolsas mundiais para o vermelho
Receios de sobrevalorização das ações de IA e Fed atiram Europa para o vermelho
As bolsas europeias registaram perdas esta terça-feira, seguindo o movimento geral nos mercados de ações, numa altura em que se levantam preocupações quanto ao próximo movimento de política monetária da Reserva Federal na reunião do próximo mês - isto depois de os responsáveis terem cortado os juros pela segunda vez consecutiva na semana passada.
Os investidores acompanharam os comentários de responsáveis da Fed, que deram opiniões distintas sobre o que se segue para as taxas dos EUA, depois de o presidente do banco central, Jerome Powell, ter alertado que um corte em dezembro não está garantido.
Tal como em Wall Street, as previsões da norte-americana Palantir Technologies fizeram soar os alarmes no setor da tecnologia, devido aos receios de sobrevalorização das avaliações dos títulos da empresa ligada à inteligência artificial (IA). Além disso, os CEO de dois grandes bancos americanos, o Morgan Stanley e o Goldman Sachs, alertaram para uma correção entre 10% a 20% devido às avaliações elevadas.
Ainda assim, alguns analistas dizem que as quedas de hoje surgem devido a uma tomada de mais-valias. "O fluxo de notícias está bastante escasso neste momento, por isso faz sentido que o mercado faça uma pausa" e se foque nas notícias vindas dos EUA, disse Karen Georges, gestora de fundos da Ecofi Investissements em Paris.
O índice de referência para o bloco europeu, o Stoxx 600, caiu 0,3% para 570,58 pontos, tendo chegado hoje a perder 1,7%, pressionado pelo setor das matérias-primas, que tombou 2%, e pelo das telecomunicações e retalho, que perderam mais de 1,5%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perdeu 0,76%, o espanhol IBEX 35 ficou inalterado, o português PSI caiu 0,24%, o francês CAC-40 deslizou 0,52% e o neerlandês AEX cedeu 0,18%. Em contraciclo, o britânico FTSE 100 ganhou 0,14% e o italiano FTSEMIB valorizou 0,09%.
Entre os principais movimentos empresariais, a espanhola Telefónica caiu mais de 13%, a maior queda desde a pandemia em 2020, depois ter reduzido a sua previsão de "fre cash flow" e ter cortado pela metade os dividendos para 2026. A decisão faz parte de uma estratégia do CEO da empresa, Marc Murtra, para dar gás ao crescimento.
Já a Edenred caiu 8,6%, com os analistas a sinalizarem uma meta de lucros abaixo do esperado.
Em contraciclo, a Ferrari acelerou 3,2% depois de ignorar as preocupações com as tarifas, apresentando lucros robustos.
Juros das dívidas soberanas aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas dos países da Zona Euro registaram alívios esta terça-feira, numa altura de maior procura por ativos seguros, como as obrigações, enquanto paira uma "nuvem negra" sobre o mercado acionista, com as bolsas europeias a registarem perdas.
A esta hora, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, recuaram 1,3 pontos-base para 2,652%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade desceu 0,6 pontos para 3,436%. Por Itália, os juros da dívida soberana a dez anos seguiram em queda de 1 ponto para 3,398%.
Pela Península Ibérica, a tendência de alívios continuou, com os juros da dívida portuguesa a dez anos a deslizarem 1,1 pontos base para 3,002% e os da espanhola a caírem igualmente 1,1 pontos para 3,157%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas também a dez anos cedeu 1 pontos base para 4,423%, depois de a ministra das Finanças do país, Rachel Reeves, ter dito que se esperam dificuldades no país com o orçamento para o próximo ano fiscal.
Dólar em máximos de quatro meses face ao euro. Libra recua antes de BoE
O dólar avançou para máximos de quatro meses em relação ao euro esta terça-feira, com as divisões de posição entre os responsáveis da Reserva Federal em relação a uma flexibilização monetária na reunião de dezembro a aumentar as dúvidas sobre a possibilidade de outro corte de juros este ano. As divisões surgem depois de, na semana passada, Jerome Powell ter amenizado as esperanças do mercado por uma nova descida este ano.
Além disso, o movimento de aversão ao risco está a levar a que os investidores procurem a moeda americana como proteção. Os estrategas da Pepperstone continuam a acreditar que a "nota verde" é o melhor ativo-refúgio.
O euro cede 0,3% para 1,148 dólares, em mínimos de 1 de agosto, enquanto a moeda americana perde 0,45% para 153,53 ienes. O índice do dólar DXY ganha 0,23% para 100,1040 pontos, em máximos de três meses.
Já a libra está a desvalorizar 0,73% face ao dólar e 0,48% em relação ao euro, depois de a ministra das Finanças do Reino Unido ter indicado que vai haver "escolhas difíceis" no próximo orçamento. Rachel Reeves descreveu o "difícil cenário económico" que o país está a enfrentar, apontando para os altos níveis de endividamento, a baixa produtividade e a inflação persistente.
"As declarações de Reeves de que as suas escolhas orçamentais se vão concentrar na redução da inflação para preparar o terreno para cortes nas taxas de juros vão reacender o debate sobre um possível movimento do Banco da Inglaterra (BoE) antes do final do ano, direcionando a atenção do mercado para a reunião desta semana do Banco da Inglaterra", disse Jane Foley, chefe de estratégia cambial do Rabobank, à Reuters, que disse ainda esperar que a libra continue a perder até quinta-feira, quando o banco central anunciar a sua decisão.
Ouro perde terreno com perspetiva de fim de cortes da Fed
As perdas do ouro estão a adensar-se ao longo da sessão, com o metal a afastar-se do marco dos 4 mil dólares por onça, isto depois de três responsáveis da Reserva Federal (Fed) dos EUA não se terem mostrado a favor de um corte nas taxas de juro na reunião de dezembro.
O metal amarelo cede 0,75% para 3.971,5 dólares por onça. O ouro, que valorizou 53% este ano, caiu mais de 9% em relação ao recorde histórico de 20 de outubro, nos 4.381,52 dólares.
A governadora da Fed Lisa Cook disse que via os riscos da fraqueza no mercado de trabalho como maior do que o de uma subida da inflação, mas absteve-se de se comprometer com outro corte de juros em dezembro. Os comentários ecoaram as observações de outros dois responsáveis do banco central, Mary Daly e Austan Goolsbee. Já Stephen Miran, por outro lado, disse que a política monetária continua restritiva e que continuará a defender cortes excessivos nas taxas de juro.
O ouro está ainda pressionado com a subida do dólar, que negoceia perto de máximos de três meses. "Com o dólar a atingir novos máximos, isso exerce pressão sobre o mercado do ouro. Parte da recente valorização do dólar e da pressão sobre o mercado de ouro surge da menor probabilidade de um potencial corte na taxa de juros em dezembro", disse David Meger, da High Ridge Futures, à Reuters.
Embora o banco central dos EUA tenha reduzido as taxas de juros na semana passada, o presidente da Fed, Jerome Powell, sugeriu este fosse o último corte do ano. Os investidores veem agora uma probabilidade de 71% de uma descida na reunião do banco central de 9 e 10 de dezembro, face aos 90% na semana passada, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.
Com a mais longa paralisação do governo dos EUA da história, a divulgação de dados oficiais está interrompida. Os investidores focam-se nos relatórios económicos privados, como o do emprego da ADP, referente a outubro, que deve ser divulgado esta quarta-feira.
Petróleo cai com dólar mais forte e receios sobre excedente
Os preços de petróleo estão a perder terreno nesta sessão, pressionados pelas perspetivas de excesso de oferta no mercado, ao mesmo tempo que os investidores ainda reagem à decisão da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) de suspender os aumentos de produção no primeiro trimestre do próximo ano.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – desvaloriza 0,72% para os 60,60 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a recuar 0,65% para os 64,46 dólares por barril.
A queda dos ativos de risco a nível mundial também está a pressionar o "ouro negro", enquanto o dólar sobe para perto de máximos de três meses, pesando sobre os preços do crude.
Do lado da procura, os dados da atividade industrial nos EUA e na Ásia, que continuam a contrair, aumentam os receios das dificuldades da procura pela matéria-prima. “O dólar mais forte também não ajuda", disseram analistas da PVM num relatório citado pela Bloomberg.
Além disso, o impulso nos preços que resultou das sanções dos EUA a empresas de energia russas - a Lukoil e a Rosneft - parece estar a diminuir. "Quando as sanções (contra outras empresas que continuam a negociar com empresas russas) entrarem em vigor em 21 de novembro, provavelmente irão evaporar, desaparecer ou ser suspensas com o tempo", afirmou Bjarne Schieldrop, analista da SEB Research.
Também Torbjörn Törnqvist, diretor executivo da Gunvor Group, que comercializa petróleo, está cético quanto ao facto de as restrições impedirem que o petróleo russo encontre compradores.
Bitcoin tomba mais de 3% e atinge mínimos do verão perto dos 102.000 dólares
A maior criptomoeda do mundo está a desvalorizar e apagou os ganhos conseguidos durante o verão. Esta terça-feira. a bitcoin chegou a cair 3,7% para 102.870 dólares, o valor mais baixo desde 24 de junho deste ano, o que representa um tombo de quase 20% em relação ao recorde atingido no mês passado, nos 125.245,57 dólares.
A criptomoeda está a ser "vítima" do clima de aversão ao risco vivido nos mercados, já que os investidores parecem estar cada vez mais preocupados com a sustentabilidade das avaliações das ações, que ainda ontem atingiram máximos históricos, impulsionadas pelo mercado de inteligência artificial (IA).
A Ether, a segunda maior criptomoeda em capitalização de mercado, também está em queda, tendo hoje desvalorizado até 3,9% para 3.664,97 dólares, mínimos de 21 de julho.
Estas criptomoedas atraem muitos dos mesmos investidores que as ações de IA, interligando os dois investimentos quando um deles apresenta resultados negativos. Esta terça-feira, o índice Nasdaq Composite, que reúne as principais ações de IA, está a recuar quase 1%, já que os "traders" estão a vender as ações da Palantir, empresa ligada à inteligência artificial, que não apresentou perspetivas muito otimistas para 2026 e está avaliada de forma "exorbitante", segundo os analistas.
O ponto de viragem começou em meados de outubro, quando uma onda brutal de liquidações eliminou milhões de posições "bullish". Desde então, os investidores estão mais cautelosos. Assim, neste ano, a bitcoin sobe agora pouco mais de 10%, ficando atrás das ações e mais uma vez aquém como "hedge" de portefólio.
"A queda da bitcoin para os mínimos de junho espelha o facto de o mercado ainda estar a lidar com o impacto psicológico da liquidação massiva de outubro, que alterou a forma como os 'traders' lidam com a tendência de queda predominante", afirmou Chris Newhouse, diretor de pesquisa da Ergonia, citado pela Bloomberg.
Após uma forte subida no início do ano, tanto os ETF spot de bitcoin como os de Ether registaram saídas ao longo do último mês, sinalizando um arrefecimento da procura dos investidores. Os analistas dizem ainda que, apesar de novembro ter começado agora, a tendência está a revelar-se negativa, indicando um abrandamento no impulso do setor.
À CNBC, o analista Ed Engel, da Compass Point, disse que os investidores podem não estar a comprar criptomoedas com preços mais baixos da mesma forma que o faziam no passado. Segundo o analista, a queda recente pode levar a bitcoin a um patamar ainda mais negativo, arrastando a criptomoeda abaixo do nível crítico de 100.000 dólares.
Wall Street tomba com previsões da Palantir e alertas de líderes da banca
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão desta terça-feira com perdas, num dia marcado pelos resultados da Palantir e pelos alertas de dois bancos gigantes de Wall Street sobre o mercado de ações.
O S&P 500 desvaloriza 1,18%, para os 6.770,95 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite tomba 1,57% para 23.460,74 pontos e o Dow Jones recua 0,92% para os 46.899,40 pontos.
Os CEO do Morgan Stanley e do Goldman Sachs avisaram que os mercados acionistas podem estar a caminhar para desvalorizações significativas, sublinhando as preocupações em relação à sobrevalorização das ações, deixando um sentimento de apreensão no mercado.
Durante a madrugada, David Solomon, do Goldman Sachs, afirmou que “é provável que haja uma queda de 10% a 20% nos mercados de ações nalgum momento nos próximos 12 a 24 meses”. Já o CEO do Morgan Stanley, Ted Pick, também disse que se deve "considerar a possibilidade de que ocorram quedas, de 10% a 15%, que não sejam impulsionadas por algum tipo de efeito de colapso macroeconómico”.
Também as contas trimestrais da Palantir Technologies fizeram soar os alarmes. As ações da tecnológica tombam 7,5%, mesmo depois de a empresa de software ter superado as estimativas de Wall Street para o terceiro trimestre e apresentado uma forte projeção, impulsionada pelo crescimento do seu negócio de inteligência artificial (IA).
A empresa prevê uma receita de 1,33 mil milhões de dólares neste ano, acima dos 1,19 mil milhões esperados pelos analistas, segundo a LSEG. “Os resultados foram bons, mas os mercados ficaram desapontados com a falta de visibilidade da empresa para 2026”, escreveu Jim Reid, estratega do Deutsche Bank, que alertou ainda para preocupações com a avaliação da Palantir.
Henrique Valente, analista da ActivTrades Europe, afirma que "as avaliações extremamente elevadas começam a gerar desconforto entre investidores que temem sinais de exuberância excessiva". Numa nota a que o Negócios teve acesso, o analista diz que a Palantir os resultados da tecnológica levaram "a uma valorização superior a 3% e a um rácio preço/vendas de 80x, ilustrando bem a magnitude do rally nas tecnológicas".
Neste ano, as ações subiram 173% até segunda-feira e está a ser negociada 200 vezes mais o lucro projetado. Portanto, os investidores da tecnológica e de IA no geral preveem que as empresas continuem a elevar as suas projeções de lucro e receitas em larga escala para justificar a continuidade da compra das ações.
Há outras preocupações em relação à paralisação do Governo dos EUA, que, com 35 dias, é a mais longa da história, bem como a incerteza sobre se a Reserva Federal anunciará um terceiro corte consecutivo na taxa de juros na próxima reunião, em dezembro. Os investidores esperam que as taxas de juros mais baixas justifiquem a valorização das ações e impulsionem a economia norte-americana, bem como o mercado de trabalho em desaceleração.
Europa pinta-se de vermelho sob pressão das tecnológicas. Telefónica afunda quase 10%
As principais praças europeias estão a negociar com perdas avultadas esta terça-feira, com todos os índices da região a cair mais de 1%, num dia marcado por um "sell-off" global à medida que crescem as preocupações em torno da sustentabilidade do "rally" no setor tecnológico. Os investidores estão a aproveitar os mais recentes recordes nas praças mundiais para procederem com a tomada de mais-valias, indicando ainda algum nervosismo em torno de uma possível sobrevalorização das ações ligadas à inteligência artificial.
"É claramente uma tomada de mais-valias que está a ocorrer neste momento. Não há nenhum catalisador real que justifique esta queda", explica Karen Georges, gestora de fundos da Ecofi Investissements, à Bloomberg. "O fluxo de notícias está bastante escasso neste momento, por isso faz sentido que o mercado faça uma pausa", completa.
A esta hora, o Stoxx 600 recua 1,39% para 564,32 pontos, afastando-se dos máximos que atingiu no mês passado nos 577,68 pontos. O setor tecnológico apresenta um dos piores desempenhos esta manhã, pressionado pelos resultados da norte-americana Palantir, que, apesar de terem até ficado acima das expectativas dos analistas, levantaram preocupações em torno de uma sobreavaliação das ações.
Entre as principais movimentações de mercado, a Telefónica afunda 9,79% para 3,87 euros, depois de a operadora de telecomunicações espanhola ter anunciado que vai cortar em metade o dividendo a ser distribuído pelos acionistas. A decisão faz parte de uma estratégia do CEO da empresa, Marc Murtra, para dar gás ao crescimento.
Já a Hugo Boss cai 0,82% para 37,58 euros, depois de a empresa ter apresentado resultados ao mercado. As vendas totais do grupo caíram 4% para 989 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, mas o que está realmente a preocupar os investidores são as previsões para o resto do ano, que devem ficar no limite inferior do "guidance", devido à "à elevada volatilidade macroeconómica e a significativos ventos cambiais contrários”.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 1,73%, o espanhol IBEX 35 cede 1,35%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 1,35%, o português PSI cai 1,31%, o francês CAC-40 desliza 1,66%, o britânico FTSE 100 perde 1,01% e o neerlandês AEX cede 1,47%
Juros aliviam na Zona Euro em dia de perdas nas bolsas
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta terça-feira, num dia em que os investidores estão mais avessos ao risco e procuram refúgio nas obrigações. As atenções viram-se agora para o discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), à procura de pistas sobre o que a autoridade monetária poderá fazer em dezembro.
A esta hora, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, recuam 1 ponto base para 2,654%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade desce 0,7 pontos para 3,436%. Por Itália, os juros da dívida soberana a dez anos seguem em queda de 0,6 pontos para 3,402%.
Pela Península Ibérica, a tendência de alívios continua, com os juros da dívida portuguesa a dez anos a deslizarem 0,6 pontos base para 3,007% e os da espanhola a caírem 0,7 pontos para 3,160%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas também a dez anos cede 2,1 pontos base para 4,413%, num dia em que os investidores vão estar atentos ao discurso da ministra das Finanças do país, Rachel Reeves, sobre o orçamento para o próximo ano fiscal.
Indecisão da Fed dá força ao dólar. Euro recupera após atingir mínimos de três meses
O euro voltou a atingir mínimos de três meses face ao dólar esta terça-feira, numa altura em que os investidores diminuem as expectativas em torno de um possível novo corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Já a libra atingiu o valor mais baixo em cinco meses face à "nota verde", enquanto o iene está a conseguir recuperar de mínimos de oito meses.
A esta hora, a moeda comum europeia consegue avançar uns ligeiros 0,07% para 1,1527 dólares, tendo chegado a cair para 1,1498 dólares. Já a libra cai 0,21% para 1,3113 dólares, enquanto a divisa norte-americana recua 0,53% para 153,41 ienes.
As movimentações mais substanciais na moeda nipónica acontecem depois de a ministra japonesa das Finanças, Satsuki Katayama, ter afirmado que o Governo vai continuar a monitorizar os movimentos cambiais com grande urgência. Isto acontece depois de o banco central do país ter decidido manter as taxas de juro inalteradas na última reunião, arrastando o iene para mínimos de oito meses, apesar de ter enviado ao mercado o sinal mais forte até agora de que um aperto monetário pode vir já em dezembro.
Por sua vez, o dólar australiano cede 0,44%, apesar de o Banco da Austrália ter decidido manter a sua taxa de referência inalterada nos 3,60%. A autoridade monetária avisou que a trajetória de alívio da sua política está agora mais complexa e que a inflação subjacente - que exclui os preços com maior volatilidade - em níveis elevados é um grande obstáculo.
Ouro tropeça e volta a negociar abaixo dos 4 mil dólares
O ouro está a negociar, novamente, abaixo da marca dos 4 mil dólares por onça, numa altura em que o dólar se mostra mais resiliente e negoceia em máximos de três meses e os investidores reduzem as expectativas em torno de um novo corte nas taxas de juro em dezembro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
A esta hora, o metal precioso cede 0,23% para 3.992,10 dólares por onça, tendo já caído mais de 8% desde que atingiu máximos históricos no mês passado. A 20 de outubro, o ouro chegou a tocar nos 4.382 dólares, mas desde aí tem negociado com grande volatilidade, pressionado ainda pelo recuo das tensões comerciais entre EUA e China.
Na semana passada, as duas maiores economias do mundo chegaram a uma nova trégua comercial, com duração de um ano, em que Washington decidiu reduzir as tarifas a produtos chineses, enquanto Pequim se comprometeu a comprar soja norte-americana, a retomar a exportação de terras raras e - ainda - a combater o que Donald Trump diz ser o tráfego de fentanil.
Com as tensões comerciais a passar para segundo plano, os investidores antecipam agora qual poderá ser a próxima jogada da Fed. O mercado de "swaps" só vê uma probabilidade de 65% do banco central avançar com um novo corte, depois de Jerome Powell ter dito que um alívio em dezembro não é garantido, mas por agora está tudo dependente de uma série de novos dados económicos - que podem nem sequer ser divulgados, devido ao "shutdowm" do governo federal.
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