DBRS mantém rating e "outlook" de Portugal
A DBRS decidiu manter esta sexta-feira o rating soberano de Portugal em A (alto), com perspetiva estável, na segunda revisão do ano à notação do país, como era esperado.
“O crescimento económico de Portugal e o equilíbrio orçamental devem ter um desempenho superior à média da Zona Euro nos próximos dois anos, apesar dos riscos associados à escalada das tensões geopolíticas e comerciais globais”, justifica a agência em comunicado.
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A agência destaca que “a posição orçamental atual está entre as mais fortes da Zona Euro”, depois dos excedentes orçamentais verificados nos dois últimos anos.
Apesar de a DBRS considerar que “o novo governo continua empenhado em gerar ligeiros excedentes no médio prazo”, o objetivo poderá ser "cada vez mais dificultado tendo em conta as pressões da despesa crescente e dos planeados cortes de impostos".
A agência acrescenta que “as perspetivas de crescimento de médio prazo continuam favoráveis, suportadas pela robustez da procura doméstica”, com "o saudável crescimento dos rendimentos, as taxas de juro mais baixas, e o aumento da despesa com o Plano de Recuperação e Resiliência a suportar o crescimento em 2025 e 2026”.
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Contudo, alerta a DBRS, "as tensões comerciais e o aumento da incerteza limitam o crescimento e representam riscos descendentes para o outlook económico”.
A agência deixa ainda o alerta sobre o aumento das despesas militares, “que vai pesar nas finanças públicas ao longo da próxima década”.
Ainda assim, a posição orçamental de
Portugal e dinâmicas favoráveis da dívida “dão um espaço valioso para absorver
estas pressões”, destacando a descida do rácio da dívida pública face ao PIB, que "está a caminho de cair abaixo dos 90% do PIB nos próximos dois anos".
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Sobre o contexto político após as recentes eleições legislativas, as "mudanças no equilíbrio de poder entre os principais partidos podem contribuir para uma maior estabilidade em comparação com a legislatura anterior", diz a DBRS, mas "não é de excluir mais turbulência durante a legislatura tendo em conta a ausência de uma maioria absoluta no parlamento".
Foi a 17 de janeiro que a DBRS elevou o rating soberano de Portugal para o quinto patamar mais elevado na sua escala, mas revendo a perspetiva em baixa, de “positiva” para “estável”, significando que uma nova revisão em alta não estaria para breve.
A DBRS deu assim início à segunda ronda de avaliações do rating de Portugal. Segue-se a S&P (29 de agosto), que elevou em fevereiro o rating para A face a A-, com outlook positivo, e a Fitch (12 de setembro), que optou em março por manter a notação em A-, com perspetiva positiva. Por último, vai pronunciar-se a Moody's (14 de novembro), que manteve a notação de Portugal em A3, com outlook estável, em maio.
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