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Barpa e Extra Transportes apostam na internacionalização e sustentabilidade com a ELITE

“Todas querem crescer” – esta é a nota dominante das empresas que participam no programa ELITE do Grupo Euronext.

04 de Junho de 2025 às 16:10

A Barpa, do Argon Group, está focada na formação e em absorver todo o conhecimento disponível para levar a empresa para novos patamares de grandeza com o objetivo de “unir a humanidade por meio das telecomunicações”. Já a Extra Transportes quer ser um “player de referência” no setor dos transportes e continuar a “crescer de forma sustentável” através de novos investidores ou parceiros estratégicos. As duas empresas fazem parte do quarto grupo a participar no programa ELITE, em Portugal – o primeiro em colaboração com a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e com a Católica Porto Business School como parceiro académico.

“Um fit perfeito para a ELITE”

O Argon Group é, há 24 anos, uma empresa de base familiar. Começou do zero, pelas mãos do fundador, após ficar desempregado, e, segundo Rute Araújo, filha e co-CEO da Barpa, o grupo tem crescido com “recursos próprios”, sem qualquer “investimento externo”. Após quase 10 anos a comercializar “soluções de produtos dentro das redes estruturadas passivas”, ou seja, as estruturas necessárias para fazer a internet funcionar, o Argon Group tornou-se também fabricante e criou a Barpa. Com uma faturação de 11 milhões de euros e presente em mais de 20 países, continua a considerar-se uma empresa em crescimento. Resolveram entrar no programa ELITE sobretudo pelo “conhecimento” e Rute Araújo assegura que a experiência está a ser “espetacular”: “Aconselho o programa ELITE a todas as empresas que queiram crescer. Se se quiserem manter mais ou menos iguais, não vale a pena. Mas se quiserem evoluir e fazer diferente, faz todo o sentido.”

Rute Araújo, co-CEO da Barpa
Rute Araújo, co-CEO da Barpa

A Barpa começou atividade em 2016 e está prestes a completar 10 anos de existência. Quais foram os principais desafios e marcos da empresa?

O Argon Group nasceu em 2001. Foi iniciado por dois sócios, duas famílias – agora é só a nossa família – e um dos grandes desafios foi o aparecimento da Barpa. Tivemos de mudar muito a filosofia da empresa. Éramos importadores e distribuidores, trabalhávamos com marcas exclusivas, os clientes já nos reconheciam no mercado, e percebemos que podíamos fazer um investimento e tornarmo-nos fabricantes. Portanto, tivemos de nos transformar internamente. O principal marco destes 10 anos de existência é termos conseguido tudo isto do zero. Nunca tivemos qualquer investimento externo. A empresa está em crescimento com os seus próprios recursos. Estamos a conseguir ter sucesso pela nossa força de trabalho. Em 2016, tivemos o primeiro cliente internacional e isso também foi um marco muito importante para nós. Estamos a conquistar muitas obras grandes, que são desafiadoras, mas que mostram que temos os recursos certos.

Quais são os principais produtos e soluções que a Barpa oferece?

Nós somos um fornecedor de soluções de produtos dentro das redes estruturadas passivas – um conceito que pode abranger diferentes áreas . Normalmente está por detrás de paredes e, por isso, não é percetível. Mas imaginemos um cliente no mundo das TI [tecnologias de informação] que precisa de fazer a internet funcionar, e, por isso, precisa de uma boa infraestrutura para conseguir ter uma boa experiência com a internet. Nós somos o tipo de produto que está a sustentar isso tudo: temos soluções dentro da fibra ótica, produtos de cobre e também os armários que vemos nos data centers, por exemplo. Trabalhamos com marcas e com fabricantes, e damos vida a esses aparelhos. Costumo dizer: eles são o coração, nós somos as veias e uma coisa não funciona sem a outra. Estamos em setores como o da saúde – hospitais, clínicas, farmácias, no hoteleiro –, para garantir que a internet não falha quando vamos para um hotel, por exemplo, edifícios empresariais no geral e muita indústria também. Damos formação sobre como utilizar o nosso material. Depois, há uma área muito importante para nós: os serviços de pré-venda e pós-venda. Temos uma cultura de proximidade muito enraizada. Ter uma boa proposta de valor e um bom produto são dois fatores muito importantes, mas o relacionamento, a forma como lidamos com as pessoas, é que tem sido, efetivamente, o mais importante.

E qual é a visão a longo prazo da Barpa para o futuro das telecomunicações, tendo em conta a evolução tecnológica e as necessidades do mercado?

O nosso propósito é unir a humanidade por meio das telecomunicações, atravessando gerações. Temos um caminho longo a fazer, mas sempre com este propósito em mente. E um dos objetivos que temos é conseguirmos fazer a sucessão bem feita. O mundo está a mudar muito rápido com a evolução tecnológica, e todos os dias aparecem novidades. Temos de cuidar bem das pessoas, dos nossos colaboradores, para depois eles também estarem atentos a estas novas necessidades do mercado e à evolução tecnológica. Se não trabalharmos bem a base, podemo-nos perder. No fundo, a sucessão das gerações também vai fazer com que as nossas pessoas possam acompanhar essa evolução tecnológica. Do ponto de vista mais técnico, está a crescer tudo muito rápido: mais energia, mais densidade, mais ligações… Há 10 anos, não tínhamos tantos aparelhos como temos hoje. Há 20 anos já tínhamos inteligência artificial, mas não era do utilizador comum. Hoje em dia é. E é óbvio que isso tem um impacto positivo para nós e temos de estar preparados para isso.

Têm centros de produção na Alemanha, China e Eslováquia, além de produzirem na Turquia e em Portugal. Porque é que escolheram estes países para produzir?

Nós temos tudo definido, os desenhos, como é que queremos, e depois temos de decidir qual é o melhor local para produzir. Muitas vezes é por disponibilidade. A nossa escolha assenta em muitos fatores: qualidade de produção, competitividade, a parte da sustentabilidade também é muito importante, para garantir que temos as certificações certas, e a distância. Quanto mais perto aqui de Portugal, onde temos o nosso centro de distribuição, o centro logístico, melhor, mas depois há estas questões todas. Por exemplo, na China, que é o centro de produção mais longe de todos, consigo produzir com a competitividade e a qualidade que quero.

Quais foram os principais desafios e as oportunidades que a Barpa encontrou ao expandir a sua presença para mais de 20 países?

A internacionalização vai continuar a ser um desafio. Porquê? O que eu vou dizer aqui está nos livros: é preciso insistir, ter resiliência, não perder o foco e a motivação, acreditar e gostar do que se faz. É essencial questionar para onde é que estamos a internacionalizar e quais os resultados que isso pode trazer. Temos de investir continuamente. E, muitas vezes, faço-o porque acredito que aquilo vai resultar. Um dos grandes desafios da internacionalização é o custo associado. Um dos primeiros erros que cometemos foi querer internacionalizar para todo o lado e isso foi logo um bater de cabeça numa parede, digamos. Hoje, o nosso maior foco é a Europa: Espanha, que é um mercado muito importante, e outros mercados que estão a crescer, como a Grécia, a Hungria, a França, a Bélgica, a Holanda. É fundamental acompanhar estes mercados e dar-lhes atenção. E, sobretudo, é preciso estar presente. Às vezes, há a ideia de que basta uma estratégia, uma campanha de marketing, para que tudo  funcione. Mas não é bem assim. Estamos no setor business-to-business, por isso, é preciso marcar a presença.

Outra grande aprendizagem é evitar fazer suposições. Ou seja, não assumir que a forma como se fazem negócios na Hungria é igual à forma como se fazem em Portugal. Por exemplo, os portugueses tratam muito de negócios à mesa, num almoço, num jantar ou até num pequeno-almoço de trabalho. Mas se for para a Holanda, não vou estar duas horas à mesa. Tenho de perceber qual é a forma como se fazem negócios em cada país e adaptar-me culturalmente.

Lançaram a Barpa Space Academy – Academia de Telecomunicações. De que forma é que esta academia contribui para o crescimento e a cultura da empresa?

Para sermos relevantes no setor temos de apostar na formação. É um setor que está a crescer muito rápido e, por isso, é normal que muita gente queira entrar neste mundo e não tenha conhecimento. A forma que arranjámos de entregar valor foi fazer muita formação. Começou com a formação e só depois surgiu a Academia. Inicialmente, fazíamos a formação muito adaptada às necessidades do cliente – e isso também continua a existir. Agora, temos diferentes tipologias dentro do Barpa Space Academy: o Barpa Space Cosmos, Barpa Space Rocket, Barpa Space Discovery, etc. Há formações que são para clientes que trabalham connosco, outras são para o público em geral e outras são internas.

O que motivou a vossa entrada no programa ELITE da Euronext e quais são os principais objetivos que pretendem alcançar com esta participação?

É curioso porque a primeira vez que ouvimos falar na ELITE foi no Barpa Space Discovery. Tivemos uma pessoa que nos estava a ouvir na Academia e que diz: “Vocês eram um fit perfeito para a ELITE.” O principal motivo que nos levou a participar foi, sem dúvida, o conhecimento e esse é o nosso maior foco até ao momento. É importante a nível de conhecimento para estamos mais atentos, mais alerta. A parte do networking também é importante. Terminei o curso com orgulho, foi muito bem construído e teve grande relevância para mim. Considero que a minha equipa também tem de ganhar conhecimento e evoluir para que a empresa possa também desenvolver-se. E eu tenho que dar o exemplo. Somos uma empresa pequena, faturamos 11 milhões de euros, e ter acesso ao desafio das médias e grandes empresas, das multinacionais, ouvir como é que funciona um conselho de administração, temas de governance, foi uma grande aprendizagem. Tenho uma lista de ideias que trouxe, não só da formação inicial, mas também de um workshop que a ELITE organizou em Paris sobre o tema “Driving decisions and negotiating in complex contexts”. O nosso grande desafio agora é transformar a empresa para voos maiores, mantendo as coisas boas de base, como os valores familiares. E fazer parte da ELITE está a ser espetacular: estamos a adquirir mais visão estratégica, temos mais acesso a outras empresas, ouvimos dificuldades que outras empresas também têm – às vezes percebermos que não estamos sozinhos na dificuldade – e há outras dificuldades que eu não tenho, mas até posso dar uma ideia e vice-versa. Por isso, aconselho o programa ELITE a todas as empresas que queiram crescer, evoluir e fazer diferente, especialmente para uma empresa pequena ou média com ambição de se desenvolver.


Extra Transportes quer ser um “player relevante no seu setor” através do programa ELITE

A Extra Transportes Internacionais é um transitário especializado no transporte de carga aérea e marítima. Fundada em 1976, tem atualmente 26 colaboradores e, segundo António Freitas, MD Adviser & Network support manager da Extra Transportes Internacionais, o grande marco desta trajetória de crescimento foi “fazê-lo de uma forma consolidada e estruturada”. Decidiram participar no programa ELITE da Euronext para poderem continuar a crescer “de forma sustentável”, conectarem-se com “possíveis investidores e parceiros estratégicos”, fazer formação, networking e também para se poderem destacar “como um player relevante" no seu setor.

A Extra Transportes está quase a celebrar 50 anos de história. Quais foram os principais marcos dessa trajetória e quais foram os maiores desafios que a empresa enfrentou ao longo do tempo?

A empresa cresceu ao longo destes quase 50 anos, quer ao nível do número de colaboradores quer no volume de negócios. O grande marco foi fazê-lo de uma forma consolidada e estruturada. Lidar com a mudança cultural da empresa, as barreiras financeiras, uma maior concorrência – e mais agressiva – e evitar a perda do foco nos objetivos são os principais desafios deste crescimento.

Atuam na carga área e marítima, nos serviços aduaneiros e no armazenamento e distribuição, que são os vossos principais serviços. Existem outros mercados nos quais a empresa se tem destacado ou que estejam a explorar de momento?

Certamente. A nossa empresa dispõe de um leque de serviços especializados em que se destaca o transporte de produtos farmacêuticos, defesa e projetos, suporte AOG (Aircraft On Ground) para a indústria aeroespacial, e produtos alimentares perecíveis.

Em 2023, a Extra Transportes mencionou que a inovação e a digitalização são prioridades. Como é que estes conceitos se refletem nas operações diárias, nos produtos ou serviços da empresa?

Além do óbvio, que é eliminar a utilização do papel, a digitalização permite estar mais próximo dos clientes, facilita o acesso à informação e documentação, estabelece uma vantagem competitiva, permite um maior controlo dos processos e KPI (Key Performance Indicator) e promove a inovação, possibilitando o desenvolvimento de novos produtos e serviços.

O setor dos transportes é um dos maiores emissores globais de carbono. Como é que a Extra Transportes está a abordar a descarbonização e que iniciativas sustentáveis fazem parte da vossa estratégia para reduzir a pegada ambiental?

As nossas empresas não dispõem de frota própria, subcontratando todos os transportes. No entanto, tendo em conta a nossa certificação ISO 900: 2015 bem como a de Boas Práticas de Distribuição, dispomos de um conjunto de fornecedores que partilham a nossa preocupação pela pegada ambiental. A nível interno, a nossa empresa há muito tempo que optou pela instalação de painéis solares, depósitos de reciclagem, e eliminámos totalmente o uso de papel.

O que motivou a Extra Transportes a participar no programa ELITE da Euronext e que benefícios espera que essa participação traga para o futuro da empresa?

A ELITE permite-nos um crescimento de forma sustentável, conectando-nos com possíveis investidores e parceiros estratégicos, de forma que a nossa empresa se possa expandir, mais facilmente, a nível internacional. Proporciona, também, formação personalizada e workshops com especialistas em diferentes áreas. Com a participação na ELITE, temos oportunidade de interagir com outras empresas, proporcionando maiores oportunidades de networking. Finalmente, pertencer ao programa ELITE permite à Extra Transportes uma maior visibilidade no mercado o que permite aumentar a nossa notoriedade, destacando-nos como um player relevante no setor em que operamos.









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