As empresas do sector de material elétrico reúnem-se amanhã e 9 de maio, em Ílhavo. Parte significativa dos seus trabalhos decorre no Dia da Europa, o que a AGEFE, Associação Portuguesa da Indústria Eletrodigital, adjetiva de "uma coincidência feliz e significativa".

Neste evento empresarial estarão presentes as principais empresas fabricantes, importadoras e distribuidoras grossistas que colocam no mercado português produtos e soluções na área da distribuição de energia e energias renováveis, mobilidade elétrica, automação e robótica, eficiência energética para indústria e para instalações elétricas em edifícios, infraestruturas, iluminação, etc. Estas são atividades de uma cadeia de valor industrial que a AGEFE classifica como estratégica, na medida em que os seus produtos e soluções são essenciais para a concretização da transição energética do País, para a descarbonização e digitalização de outras atividades económicas e, por isso, para a prossecução dos objetivos de política que a nível nacional e europeu se têm vindo a adotar.

A disrupção que se tem verificado na geopolítica internacional, com a abrupta alteração das prioridades políticas e económicas dos EUA e da União Europeia e, ao mesmo tempo, das regras e condições para a atividade económica num contexto mundial de comércio livre e concorrencial, reforçam ainda mais a importância da reflexão que a AGEFE se propõe organizar quanto às condições necessárias para a criação de valor em Portugal na indústria eletrodigital e, neste caso, no setor do material elétrico.

Este é, em simultâneo, o propósito essencial de um projeto, e de um estudo mais vastos que a AGEFE está a encetar com a colaboração da EY e apoiado pelo FEDER, pelo Portugal 2030 e pela União Europeia, precisamente com o propósito de vir a entregar aos sectores da indústria eletrodigital, ao Governo de Portugal e ao País, um documento estruturado que integre uma visão quanto às condições que venham a ser identificadas como essenciais para que a indústria eletrodigital possa criar mais valor em Portugal, afirmando o nosso País como um eventual hub económico que lhe confira mais centralidade económica, institucional e, assim, maior relevância política.

Como sublinhou o Diretor-Geral da AGEFE, "realizar este projeto é fazer o que é necessário! É fazer o que está certo!" — uma afirmação que reflete o sentido de responsabilidade e o compromisso estratégico desta associação com o futuro do País.

O propósito central deste evento, aliás resumido no seu tema, Desafio 2050 - criar valor num mundo em mudança, é o de dar início a uma reflexão participada pelas empresas desta indústria, quanto ao potencial de criação de valor neste novo contexto, i.e. quanto ao potencial de evolução destas atividades económicas na cadeia de valor.

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Debates na ordem do dia

É neste contexto que a Agenda deste evento se desenvolve e faz sentido. Como ponto de partida será feito um enquadramento macroeconómico com base nas intervenções de Nuno Ribeiro da Silva, professor universitário e consultor de Energia, e de António Ramalho, atual presidente da Touro Capital Partners e ex-CEO do Novo Banco. A partir das suas intervenções prevê-se um debate vivo em torno do custo da energia e da competitividade da transição energética; Que agenda para a Europa / União Europeia na sequência do diagnóstico traçado pelo Relatório Letta e Relatório Draghi quanto à competitividade da Europa e, neste quadro, de Portugal; Como encarar as prioridades políticas e económicas face aos novos desafios emergentes para a Europa na área da defesa e perante um contexto de evidente destruição do quadro institucional vigente a nível internacional desde Breton Woods; Neste quadro, qual o potencial de desenvolvimento indústria eletrodigital em Portugal e quais as políticas públicas que podem contribuir para esse fim.

Desenhado assim um quadro de referência com base nos contributos dos keynote speakers do evento, também em conversa com o Diretor-Geral da AGEFE, e após um breve enquadramento por parte da EY, será lançado e dinamizado um workshop para recolha de ideias, sugestões e contributos sobre "condições para criar valor", em torno de eixos temáticos como eficiência / redução de custos; captar mais valor pela transformação da procura; transformar a atividade, capacitar a oferta; novo contexto novas oportunidades / potencial de Portugal como hub económico para novos mercados.

Para encerrar o workshop, será organizada uma mesa-redonda com líderes associativos do sector para debater os principais resultados da sessão de trabalho. Prevê-se assim um evento vivo, participado e que assinalará o Dia da Europa com uma reflexão intensa e consequente que possa vir a alimentar o estudo que se propõe identificar as condições essenciais e necessárias para que a indústria eletrodigital venha a criar ainda mais valor em Portugal e dar mais centralidade institucional e económica ao nosso País.

À margem deste evento foco, terão ainda lugar dois momentos de especial relevo para a vida associativa do sector, que são já, tradicionalmente, o ato de apresentação e entrega dos Prémios "Fornecedor do Ano" e apresentação do Estudo Anual da AGEFE o mercado português de material elétrico, neste caso com referência a 2024.