A pressão regulatória, o avanço tecnológico, a transição energética e o aumento da concorrência internacional estão a redesenhar por completo o modelo de mobilidade — com impacto direto na gestão de frotas empresariais.
A Europa é hoje o mercado automóvel mais regulamentado do mundo. A nova norma CAFE e as metas de neutralidade carbónica até 2035 impõem objetivos ambiciosos para redução de emissões, descarbonização e eletrificação. “Apesar das intenções ambientais positivas, estas exigências estão a gerar um aumento acentuado nos custos de desenvolvimento e produção, afetando a competitividade dos fabricantes europeus face a mercados com estruturas regulatórias mais flexíveis”, explica Miguel Moreira Branco, diretor de Vendas Especiais, RAC e Defleet do grupo SIVA|PHS, prosseguindo: “É neste contexto que se compreende a recente decisão do Parlamento Europeu em flexibilizar as metas de emissões até 2027, permitindo que os fabricantes cumpram os objetivos com base numa média trianual, e não anual.” Esta medida surge como resposta à conjuntura adversa que o setor enfrenta — desde o abrandamento da adoção dos veículos elétricos ao aumento das tarifas internacionais e à entrada em força de concorrentes globais, particularmente da Ásia.
As frotas sentem estes efeitos de forma muito direta. Com o aumento dos preços de aquisição e das exigências de compliance ambiental, as empresas procuram soluções mais eficientes, adaptadas e racionais. “A tendência é clara: maior peso do renting, foco no custo total de propriedade (TCO) e exigência crescente de soluções tecnológicas para gestão de frota, sustentabilidade e otimização operacional”, afirma Miguel Moreira Branco.
Problemas no setor do rent-a-car
No mercado português, a pressão da concorrência “é sentida com particular intensidade no setor do rent-a-car”, no qual, apesar da forte procura turística, o excesso de oferta levou “a uma queda de preços entre 10% e 30% no primeiro semestre de 2025”. “Ao mesmo tempo, os custos operacionais cresceram 40% desde 2019, penalizando margens e exigindo às empresas uma maior racionalização dos investimentos”, conta o responsável da SIVA.
Neste contexto, os veículos elétricos, apesar de estratégicos, continuam a enfrentar barreiras. A escassez de infraestruturas de carregamento, os custos de seguros mais elevados e a tributação ainda pouco ajustada à realidade nacional tornam mais lenta a sua adoção, sobretudo fora dos grandes centros urbanos. Mas é também nos momentos de mudança que surgem as oportunidades. “As frotas empresariais representam hoje uma das alavancas mais poderosas para impulsionar a mobilidade sustentável”, garante Miguel Moreira Branco, acrescentando serem estas frotas as que mais facilmente conseguem incorporar modelos eletrificados em larga escala, investir em soluções de gestão inteligente e influenciar as cadeias de valor com critérios ambientais e de eficiência. “O futuro das frotas será, inevitavelmente, mais conectado, mais verde e mais estratégico. As marcas que souberem apoiar os seus clientes empresariais com propostas de valor adaptadas, com foco na inovação, na eficiência e na transição energética, estarão mais bem preparadas para liderar”, refere o responsável.
Na SIVA|PHS, esse é o compromisso: estar ao lado das empresas, ouvindo as suas necessidades e antecipando soluções. “Sabemos que os próximos anos serão desafiantes. Mas também acreditamos que é nas transições que se desenha o progresso — e que as frotas, mais do que nunca, podem ser protagonistas dessa transformação”, conclui Miguel Moreira Branco.