Bruxelas adverte para necessidade de novas medidas de redução do défice
A Comissão Europeia "louvou" hoje o esforço de consolidação das finanças públicas portuguesas, em particular o facto de o Governo ter conseguido repor em 2007, um ano antes do previsto, o défice orçamental em linha com o máximo de 3% do PIB permitido pelas regras do euro.
Contudo, Bruxelas considera que as metas estabelecidas pelo Executivo para os próximos anos, designadamente a projecção de uma situação de quase equilíbrio (défice de 0,2% do PIB) em 2010, correm o risco de não serem cumpridas, na medida em que assentam num cenário de crescimento da actividade económica possivelmente demasiado optimista. Se assim for, ou seja, se o crescimento do PIB ficar aquém do antecipado, a Comissão Europeia pede ao Governo para estudar novas medidas de contenção do défice.
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Estas são as principais conclusões da avaliação da Comissão Europeia ao novo programa de estabilidade português. Apesar dos "ses", Bruxelas opta por um tom claramente positivo e recomenda aos ministros das Finanças que aprovem o programa português, o que deverá acontecer no encontro do Ecofin de 4 de Março.
"Portugal deve ser louvado pela redução do défice para 3%, senão menos, em 2007, um ano antes do prazo. As recentes reformas do sistema de pensões melhoram também, significativamente, as perspectivas das suas finanças a longo prazo. O país é encorajado a prosseguir a sua estratégia orçamental, para que a economia portuguesa retome uma trajectória de recuperação sustentável e dinâmica", resumiu hoje o comissário Joaquín Almunia, responsável pelos assuntos económicos e monetários.
No âmbito da sua avaliação, Bruxelas endereça três grandes recomendações a Portugal. O país deve, antes de mais, "aplicar com determinação a consolidação orçamental prevista no programa, por forma a garantir a correcção do défice excessivo". Em segundo lugar, deve "concretizar o ajustamento necessário a atingir uma situação de equilíbrio orçamental em 2010 "se necessário através do reforço das medidas" e de um reforço da redução da dívida pública. E, por último, "manter a moderação constante das despesas e reforçar a qualidade das despesas públicas, designadamente através da prossecução da reforma da administração pública em curso e da melhoria do quadro orçamental".
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