Inflação britânica cria obstáculos a novas medidas de estímulo à economia

Mervyn King, governador do banco central britânico, diz que o aumento dos preços no consumidor é uma "obstrução" a mais estímulos.
Negócios 11 de Novembro de 2010 às 09:41

Ontem, King divulgou as estimativas mais elevadas para a inflação britânica no próximo ano e disse que tanto poderá exceder como falhar a meta dos 2% daqui a dois anos.

O banco central do Reino Unido está mais preocupado com a subida dos preços no consumidor, depois de ter passado pela ameaça de deflação, e isso reflecte-se nos mercados: a libra esterlina tem estado a valorizar e os juros das obrigações do tesouro (“gild”) registaram a maior subida dos últimos seis meses.

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“O que surpreendeu o mercado foi a projecção para a inflação no curto prazo”, comentou à Bloomberg um economista do BNP Paribas, Alan Clarke. “Está aberta a porta a mais ‘quantitative easing’ (QE), mas a inflação a curto prazo é um forte obstáculo. Há riscos de que o QE possa ser adiado ou cancelado”, acrescentou.

Recorde-se que o QE, muito falado desde o início da crise em 2008, é um programa alargado de compra de obrigações do Tesouro e outros títulos de dívida, com o objectivo de baixar os juros destes activos e encorajar, assim, a compra de títulos mais arriscados, como acções. Ou seja, é uma forma de estímulo à economia.

Com a inflação acima do limite governamental de 3% e o crescimento económico a retomar nos dois mais sólidos trimestres consecutivos da última década, o Banco de Inglaterra na semana passada escusou-se a seguir os passos da Reserva Federal norte-americana de tomar medidas adicionais de estímulo à economia.

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