UE diz que "não é risco para segurança" dos EUA após restrições aos 'chips' de IA
A Comissão Europeia manifestou segunda-feira preocupação com as novas restrições impostas pelos EUA à exportação de 'chips' de inteligência artificial para alguns Estados-membros da União Europeia, sublinhando que a comunidade "não é um risco para a segurança" dos norte-americanos.
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Numa declaração conjunta, a vice-presidente para a Soberania Tecnológica, Henna Virkkunen, e o comissário do Comércio, Maros Sefcovic, sublinharam ainda que "é do interesse económico e de segurança dos EUA que a UE compre chips avançados de IA dos EUA sem limitações".
"Cooperamos estreitamente, particularmente na área da segurança, e representamos uma oportunidade económica para os EUA, não um risco para a segurança", sublinharam.
Virkkunen e Sefcovic garantiram que já partilharam as suas preocupações com a atual administração norte-americana do democrata Joe Biden e que esperam "colaborar construtivamente" com a nova administração republicana de Donald Trump, que tomará posse em 20 de janeiro.
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"Estamos confiantes de que podemos encontrar uma forma de manter uma cadeia de abastecimento transatlântica segura para a tecnologia de IA e supercomputadores, para benefício das nossas empresas e cidadãos de ambos os lados do Atlântico", concluíram.
O Governo norte-americano apresentou um quadro com novas regras para a exportação de tecnologias de inteligência artificial para facilitar as vendas a aliados e impedir adversários como a China de terem acesso às inovações.
Em outubro de 2023, já tinham sido anunciadas novas restrições à exportação dos 'chips' mais potentes para a China, incluindo componentes utilizados para IA, para impedir a sua utilização por Pequim para fins militares.
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As novas regras introduzidas hoje "tornam mais difícil para os nossos concorrentes escaparem aos nossos controlos de exportação através de contrabando e ligações remotas", disse o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.
Neste quadro, Washington quer impor novas autorizações para exportações e transferências de 'chips' informáticos
sofisticados para uma lista alargada de países, com uma série de exceções para países aliados, principalmente quando se trata de volumes limitados, em resposta a necessidades das universidades, por exemplo.
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A segunda regra reforça os controlos sobre a difusão de parâmetros dos modelos de IA generativa mais avançados.
As medidas vão entrar em vigor dentro de 120 dias para "dar tempo à nova administração" de fazer as alterações que pretender, indicou a secretária do Comércio dos EUA, Gina Raimondo.
A Casa Branca disse que as restrições não se aplicarão a 18 aliados e parceiros importantes, principalmente Canadá, Alemanha, Reino Unido e Taiwan, mas deixa a maioria dos países numa lista negra, incluindo Brasil, Israel, México, Portugal, Singapura e Arábia Saudita.
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Estes países poderão comprar o equivalente a 50.000 processadores GPU avançados cada, um limite definido para "garantir que a tecnologia americana está disponível para servir governos estrangeiros, prestadores de cuidados de saúde e outros negócios locais", de acordo com uma nota da Casa Branca.
Donald Trump vai regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial a partir de 20 de janeiro.
Durante o primeiro mandato, Trump pressionou a China com tarifas elevadas, mas agora tem o apoio de muitas empresas de Silicon Valley, interessadas em poder exportar as suas tecnologias.
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A China já criticou estas novas normas de exportação norte-americanas sobre IA considerando-as "uma violação flagrante" das regras do comércio internacional.
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