Exportações recuam em junho com quebra no mercado norte-americano
Vendas para os Estados Unidos ficaram cerca de 40% abaixo de um ano antes, mesmo antes da aplicação de novas tarifas transversais iniciadas nesta semana.

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As exportações nacionais quebraram em junho, com o efeito de uma diminuição das vendas para o mercado norte-americano, sobretudo, a contribuir para a redução de 0,1%, mesmo antes da aplicação de tarifas transversais de 15% às vendas para os Estados Unidos por parte dos Estados-membros da União Europeia.
Os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que no mês de junho as exportações totais de bens para o exterior - incluindo o valor de encomendas, sem transferência de propriedade - seguiam a cair 0,1%, em termos nominais, face a junho de um ano antes (subiam 2,6% em maio). Já as importações totais abrandaram o ritmo para 3,9% (13,2% de crescimento em maio).
Olhando para os principais mercados de destino das vendas nacionais, junho fica marcado por uma redução de 39,4%, ou de 219 milhões de euros, nas exportações para os Estados Unidos. Esta variação dá o principal contributo para o comportamento negativo nos bens exportados pelo país nesse mês.
A forte redução nos bens remetidos para o mercado norte-americano, explica o INE, diz respeito "maioritariamente a produtos químicos", e contribuiu para uma descida de 10,8% nos fornecimentos industriais do país, sendo sobretudo "transações com vista a trabalho por encomenda (sem transferência de propriedade). Quando se excluem estas encomendas, a descida nas vendas de fornecimentos para indústrias do exterior é menor, de 4,8%.
Retirando o impacto da diminuição de encomendas do conjunto das exportações de junho, de resto, verifica-se antes uma subida nas exportações de bens, de 2,1%, face ao mesmo mês do ano anterior. Já as importações surgem a subir 5,1% sem o mesmo efeito.
O mercado norte-americano não foi o único a registar diminuições neste último mês de transações nacionais no comércio internacional de bens apuradas pelo INE. Registaram-se igualmente quedas de 4,9%, ou 42 milhões de euros, para França, e de 7,6%, ou 20 milhões de euros, para os Países Baixos, entre os principais destinos de vendas do país.
Em sentido contrário, as vendas para a Alemanha cresceram significativamente em junho 16,4%, ou 115 milhões de euros, aumentando também as exportações para Reino Unido (mais 22,2% ou 60 milhões de euros), para a Bélgica (23,3% ou 42 milhões de euros), ou ainda para Marrocos (mais 48% ou 32 milhões de euros), entre as subidas mais pronunciadas.
Com a evolução registada neste último mês, a primeira metade do ano terminou com as exportações de bens nacionais a subirem 3,1%, num melhor desempenho do que o do primeiro semestre de um ano antes (queda de 1,4%). Contudo, também as importações aceleraram, num crescimento de 6,9% no primeiro semestre, quando um ano antes seguiam a diminuir 2,7%.
Em resultado, o défice da balança comercial de bens chegou ao final de junho agravado em 2.371 milhões de euros face ao resultado da primeira metade de 2024, atingindo 14.872 milhões de euros.
Atualizado às 12h12.
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