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PS na Câmara de Lisboa vai insistir para que alojamento local fique limitado a rácio de 5%

Para a vereação do PS, a proposta de RMAL apresentada pela nova equipa de Carlos Moedas, que integra a IL, além de PSD e CDS-PP, "representa um recuo em relação ao mandato anterior porque altera de forma significativa os critérios de contenção do AL, tornando-os mais permissivos".

Lisboa limita alojamento local em freguesias com excesso de oferta
Lisboa limita alojamento local em freguesias com excesso de oferta Duarte Roriz
25 de Novembro de 2025 às 20:13

O PS na Câmara de Lisboa vai insistir para que o alojamento local (AL) tenha, ao nível do concelho, um limite de 5% como rácio entre imóveis de habitação, recusando a proposta de 10% da liderança PSD/CDS-PP/IL.

"Face a esta intenção de flexibilizar as regras do AL e de as tornar mais permissivas, com novas licenças de AL na cidade, os vereadores do PS vão reapresentar a sua proposta de alteração ao RMAL, para garantir que o regulamento mantém limites mais rigorosos, assegurando a defesa do direito à habitação", afirmou a vereação socialista, em resposta à Lusa.

A proposta do PS vai ser discutida na quinta-feira, em reunião privada do executivo municipal, a par da iniciativa de PSD/CDS-PP/IL quanto à alteração ao Regulamento Municipal do Alojamento Local (RMAL), que defende a criação de uma área de contenção absoluta única a nível municipal, "sempre que o concelho atinja um rácio igual ou superior a 10%".

Nos últimos meses, sob proposta do PS, o registo de novos estabelecimentos de AL esteve suspenso na cidade até à entrada em vigor da alteração ao RMAL ou enquanto o município apresentar um rácio entre habitação permanente e aqueles estabelecimentos "igual ou superior a 5%", sendo que o concelho regista um rácio de 7,2%.

Em setembro, antes das eleições autárquicas, o PS quis avançar com a alteração do RMAL para "garantir que a suspensão cautelar se torne definitiva", sugerindo "um rácio de cidade nos 5%", mas a proposta não chegou a ser discutida nem votada, por recusa da então liderança PSD/CDS-PP, sob presidência do social-democrata Carlos Moedas.

Para a vereação do PS, a proposta de RMAL apresentada pela nova equipa de Carlos Moedas, que integra a IL, além de PSD e CDS-PP, "representa um recuo em relação ao mandato anterior porque altera de forma significativa os critérios de contenção do AL, tornando-os mais permissivos".

"Com a cidade já perto dos 7,2% de AL, o limite de 5% como rácio de cidade introduzido pelo PS na proposta do mandato anterior, impedia novos registos. Ao subir esse teto para 10%, reabre-se a margem para crescimento do AL na cidade. Moedas entende que o AL ainda pode e deve crescer na cidade. O PS discorda totalmente", expôs a vereação socialista.

A proposta da liderança de Carlos Moedas quanto à alteração do RMAL, subscrita pelo vereador da Habitação e do Urbanismo, Vasco Moreira Rato (independente indicado pelo PSD), pretende rácios "mais restritivos" entre AL e imóveis de habitação, propondo que em áreas de contenção absoluta seja reduzido de 20% para 10% e em contenção relativa passe de 10% para 5%.

Além de uma área de contenção absoluta única a nível municipal, com um rácio de 10%, a liderança PSD/CDS-PP/IL quer a "adoção das freguesias, e dentro das freguesias, os bairros, como unidades geográficas de base para a monitorização e contenção".

No entanto, a proposta de alteração ao RMAL que foi sujeita a consulta pública em abril, subscrita pela anterior liderança PSD/CDS-PP, sugeria uma redução dos rácios de 20% para 5%, no caso das áreas de contenção absoluta, e de 10% para 2,5%, no caso das áreas de contenção relativa, assim como "uma área de contenção absoluta única", à escala do concelho, a implementar até que se alcance um rácio igual ou inferior a 5%.

Na perspetiva do PS, é positivo o ajustar dos rácios da contenção em freguesias, embora considere que, "também aí, existe mais um recuo em relação à proposta anterior".

Também o PCP defendeu que a proposta da nova equipa de Carlos Moedas é "mais permissiva", enquanto a vereação do BE disse à Lusa que pretende apresentar alterações "no sentido de manter o que foi aprovado e foi a consulta pública" relativamente ao RMAL.

No atual mandato (2025-2029), o social-democrata Carlos Moedas governa em minoria, com oito eleitos da coligação PSD/CDS-PP/IL, ficando a um eleito de obter maioria absoluta, o que exigiria a eleição de nove dos 17 membros que compõem o executivo da capital. Na oposição estão quatro vereadores do PS, um do Livre, um do BE, dois do Chega e um do PCP.

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