Bruxelas emite veredicto sobre Orçamento e suspensão de fundos na próxima semana
A Comissão Europeia vai emitir a 16 de Novembro a sua opinião sobre o Orçamento do Estado (OE2017) e sobre se Portugal tomou "acções efectivas" capazes de evitar o risco de suspensão de fundos estruturais, anunciou nesta segunda-feira, 7 de Novembro, em Bruxelas o comissário Pierre Moscovici.
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No final de uma reunião do Eurogrupo, o comissário dos Assuntos Económicos fez um ponto da situação sobre o calendário do "semestre europeu" de coordenação de políticas económicas, apontando que na quarta-feira, 9 de Novembro, apresentará as previsões económicas de outono da Comissão, e uma semana depois o executivo comunitário emitirá os seus pareceres sobre os planos orçamentais dos países da Zona Euro e, no caso de Portugal e Espanha, uma análise relativa à eventual suspensão de fundos.
Sublinhando que as previsões económicas da Comissão para 2017 e 2018 são "muito importantes, porque fixam os dados" sobre os quais a Comissão formulará os seus pareceres relativamente aos projetos orçamentais dos Estados-membros, a 16 de novembro, Moscovici acrescentou que "será nesse contexto" que o executivo comunitário adoptará também o seu ponto de vista "sobre as ações efetivas conduzidas, ou não, por Espanha e Portugal" para evitar a suspensão de fundos.
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Reafirmando que o desejo da Comissão é que a proposta a adoptar seja no sentido de levantar essa suspensão, Moscovici apontou que para tal é fundamental constatar que houve "acção efetiva" por parte dos dois países, pelo que a análise está "evidentemente ligada aos esforços feitos durante 2016".
No quadro do "diálogo estruturado" ainda em curso antes de a Comissão adoptar a sua opinião sobre a possível suspensão de fundos estruturais, o ministro Mário Centeno, que hoje participou no Eurogrupo mas escusou-se a prestar declarações aos jornalistas, será ouvido na terça-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas, juntamente com o seu homólogo espanhol, Luis de Guindos, numa audição que deverá encerrar esse diálogo consultivo.
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Sobre o Orçamento para 2017, Moscovici disse que a Comissão ainda está a analisar as respostas recebidas dos sete Estados-membros, entre os quais Portugal, aos quais pediu, em 25 de Outubro, informações suplementares.
Na resposta enviada a Bruxelas a 28 de Outubro, o Governo assegura que as previsões sobre receitas fiscais e contribuições para a Segurança Social contidas na proposta do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) até são muito "prudentes", reafirmando que cumprirá as metas definidas, designadamente em matéria de correcção do défice.
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Nesta terça-feira, Mário Centeno deslocar-se-á ao final da tarde ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, juntamente com o seu homólogo espanhol, Luis de Guindos, para ser ouvido pelas comissões parlamentares dos Assuntos Económicos e do Desenvolvimento Regional, no âmbito do diálogo consultivo solicitado pela assembleia para discutir a eventual suspensão de fundos a Portugal e Espanha devido ao défice excessivo.
Na reunião anterior do Eurogrupo, realizada em 10 de Outubro no Luxemburgo, Centeno já adiantara que iria deslocar-se ao Parlamento Europeu para "apresentar as razões do Governo português", voltando a manifestar-se confiante de que, tal como em Julho, quando a Comissão acabou por propor a suspensão de multas, Portugal voltará a ser capaz de mostrar aos seus parceiros europeus que está na trajectória certa e honrará os seus compromissos, evitando assim uma suspensão parcial de fundos.
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O chamado "diálogo estruturado" sobre a possível suspensão dos fundos a Portugal e Espanha teve início em 3 de Outubro, em Estrasburgo, tendo então a maioria dos eurodeputados intervenientes no debate defendido que a suspensão de fundos seria "contraproducente, incoerente com a decisão de cancelamento da multa, injusta e afectaria os cidadãos e as regiões mais vulneráveis".
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