Europa dividida retoma negociações para escolha de cargos de topo
Os 28 chefes de Estado e Governo da União Europeia voltam esta terça-feira, 2 de julho, à mesa de negociações no âmbito da cimeira extraordinária destinada a definir como serão distribuídos os cargos de topo das instituições comunitárias na próxima legislatura. A cimeira começou no domingo e foi interrompida pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, depois de mais de 18 horas seguidas de negociações sem que fosse possível chegar a acordo. Segundo as palavras de Tusk, "tudo correu mal", com a Europa dividida e sem perspetivas de um acordo.
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E é com este pano de fundo que os deputados europeus eleitos em maio dão hoje início à nova legislatura que se estenderá entre 2019 e 2024. Amanhã, quarta-feira, terão de eleger o presidente do Parlamento que sucederá a António Tajani, uma eleição que estava prevista para hoje, mas que acabou por ser adiada, depois de o Conselho Europeu já ter falhado na cimeira de 20 e 21 de junho um compromisso.
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Os cargos de topo na União Europeia são, em regra, negociados em pacote, por forma a que sejam respeitados os equilíbrios partidários, geográficos e de género. Em causa estão, desde logo, a presidência da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e do Banco Central Europeu, bem como o Alto Representante da UE para a política Externa. A nomeação destas personalidades cabe a Conselho Europeu e, muito embora seja o próprio Parlamento Europeu a eleger o seu presidente, também este cargo entra para o tal pacote, negociado por todos.
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Desta vez, porém, as negociações estão longe de um final feliz e se o Parlamento acabar por eleger um presidente sem ser no quadro de um entendimento global, isso dificultará todo o processo e levantará uma grande interrogação sobre quem poderá reunir uma maioria neste órgão da UE.
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A reunião de hoje tem, assim, o grande desafio de fechar um acordo até às nove da noite, ainda antes do prazo limite para a apresentação de candidaturas à presidência do Parlamento Europeu. No entanto, a reunião que deveria ter começado às 11:00 (10:00 em Lisboa) começou logo com um adiamento paras as 13:00, hora local.
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No final da reunião que Tusk decidiu interromper, Emmanuel Macron, presidente francês, fazia o balanço mais crítico: "A nossa credibilidade foi profundamente abalada com esta reunião demasiado longa e que não conduziu a lado nenhum. Demos uma péssima imagem do Conselho e da União Europeia, que não é séria".
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